Paulo Macedo rejeita generalizar “culpados na praça pública”

Presidente do banco público entregou relatório da auditoria ao Parlamento. Leia o relatório da auditoria à gestão da CGD.

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Paulo Macedo entregou relatório da EY LUSA/TIAGO PETINGA

O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, rejeita que “todas as pessoas“ que passaram pelo banco sejam “culpadas na praça pública”, defendendo que é preciso apurar os factos. Paulo Macedo falava aos jornalistas depois de ter entregado esta sexta-feira à tarde, no Parlamento, a auditoria do banco à presidente da comissão de Orçamento e Finanças, Teresa Leal Coelho.

“Haverá más práticas”, disse, recusando que os gestores sejam “automaticamente culpados e que tenham cadastro”. O relatório da auditoria à gestão do banco público feita pela EY foi entregue na sala de visitas do Presidente da Assembleia da República, onde estiveram deputados de várias bancadas. O documento tem "salvaguardada" informação sujeita ao segredo bancário, segundo o presidente da CGD.

Paulo Macedo garantiu ainda que actualmente a Caixa tem actualmente práticas que não tinha, como as conferências trimestrais com jornalistas, investidores, e que aplica “regras de risco sem paralelo”. “Os portugueses podem ter a certeza de que há melhor governance e menor risco do que no passado”, disse, lembrando que é também o regulador a dar estas garantias.

Questionado sobre a lei que vai permitir o acesso aos grandes devedores da CGD, Paulo Macedo garantiu que o banco “vai cumprir com o que diz a lei”.

A presidente da comissão de Orçamento referiu que a lei de acesso aos devedores deverá ser promulgada pelo Presidente da República e que isso permitirá ter acesso a mais informação. Teresa Leal Coelho lembrou ainda que a comissão parlamentar esperava há sete meses pelo relatório e que a comissão parlamentar de inquérito “tem pouco tempo” para trabalhar até ao final da sessão.

A deputada do PSD considerou “lamentável” a divulgação de uma versão preliminar do relatório por apresentar “listas de pessoas e de empresas que foram depois retiradas” após terem prestado esclarecimentos.

Divulgado no site do Parlamento

Após esta "cerimónia" de entrega dos resultados da auditoria, a mesa e os coordenadores da Comissão de Orçamento e Finanças estiveram reunidos durante uma hora e, no final, Teresa Leal Coelho anunciou que o relatório será divulgado ainda hoje no site do Parlamento, a não ser que os partidos considerem existir alguma informação reservada.

"Depois de uma apreciação que vai ser feita pelos grupos parlamentares, se concluirmos que não contém informação que viole qualquer dos segredos a que estamos sujeitos, o relatório será ainda hoje divulgado publicamente", afirmou.

"O interesse público e a transparência são os valores que nos movem", defendeu Teresa Leal Coelho, salvaguardando que, se da apreciação que os partidos fizerem resultar que "há matéria que ainda deve ser salvaguarda", a decisão de divulgação será revertida.

Segundo Teresa Leal Coelho, o relatório tem cerca de 170 páginas, sem anexos. com Lusa

* Notícia actualizada às 18h com informação sobre a publicação do relatório da auditoria no site do Parlamento.

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