Presidente da Câmara de Aveiro quer cidade preparada para a “mobilidade suave”

Aveiro recebe esta terça-feira congresso dedicado à mobilidade suave, ou activa.

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Aveiro tem uma longa tradição de utilização da bicicleta nas deslocações quotidianas Adriano Miranda

O presidente da Câmara de Aveiro, cidade que recebe terça-feira a segunda sessão do Smart Cities Tour 2019, dedicada à Mobilidade Suave, afirma estar a construir uma cidade “amiga” dos peões e da bicicleta. “O que estamos a construir é uma cidade em que se use a bicicleta em todo lado e onde as pessoas tenham condições para circular a pé”, disse à Lusa Ribau Esteves.

O autarca tem sido acusado por associações de utilizadores de bicicletas de privilegiar os automóveis, por pretender construir um parque de estacionamento subterrâneo no Rossio, zona central da cidade, e recusar fazer pistas dedicadas a bicicletas na requalificação da Avenida do Dr. Lourenço Peixinho.

“O objectivo que assumimos no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) da cidade de Aveiro não é essa ideia de retirar os carros do centro e pôr toda a gente a andar de bicicleta. O que queremos é uma cidade onde as pessoas possam utilizar menos o carro, onde as pessoas andem mais a pé e de bicicleta, onde possamos ter mais área onde isto seja óbvio na restrição do acesso do automóvel. É diferente da proibição total”, explicou.

Ribau Esteves reafirma que o parque de estacionamento subterrâneo previsto no estudo prévio para a requalificação do Rossio tem precisamente por objectivo retirar os carros da superfície, reduzir as faixas de rodagem, que terão apenas um sentido, e alargar os passeios para que os peões possam passear à vontade.

Em relação à crítica de não reservar uma pista dedicada a bicicletas na Avenida do Dr. Lourenço Peixinho, mas sim um corredor partilhado com os transportes públicos, o presidente da câmara sublinha que essa é uma solução que foi implementada, com sucesso, em várias zonas de Lisboa.

Para Ribau Esteves, as alterações ao Código de Estrada vieram realçar a importância da bicicleta como meio de transporte e a autarquia segue a orientação que ali é dada. Relativamente aos peões, nota que vão ter maior atenção quer na requalificação da avenida, cujos passeios laterais vão ser alargados, quer noutras intervenções no município.

O presidente da câmara reconhece que é difícil andar a pé numa cidade de passeios estreitos, com vários obstáculos e calçadas desniveladas. “Nas obras que a câmara já fez, esses problemas já não existem, como na Rua do Conselheiro Luís de Magalhães e na José Estêvão. Esses problemas ficam resolvidos nos projectos que estamos a acabar e que vão ser obra, como na Rua da Pega, que hoje é um calvário para andar a pé, por causa das raízes das árvores, e de bicicleta, por causa dos carros estacionados. O projecto já está feito e vai resolver quer o pedonal, do lado das casas, quer o corredor do lado da ria”, explica.

Ribau Esteves garante que, em novas obras viárias, “sempre que há corredor disponível serão criadas condições pedonais”, e não apenas no centro da cidade, dando como exemplo a Estrada de São Bernardo, “onde as pessoas que andam a pé vão deixar de correr o risco que actualmente correm”.

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), através da Secção Cidades Inteligentes, e em parceria com a Nova Cidade, é a entidade responsável pela organização da terceira edição da Smart Cities Tour 2019. O objectivo para a sessão em Aveiro é promover a partilha de boas práticas entre municípios, unidades do sistema científico e empresas de diferentes sectores, relativas ao tema da mobilidade suave, também definida como mobilidade activa.

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