Acção Cultural Externa portuguesa projecta 1.600 iniciativas no estrangeiro em 2019

A ministra da Cultura realçou a transversalidade da programação, que abrange áreas como a literatura, artes performativas, artes visuais, apoios à presença em festivais, no cinema, entre outras.

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Graça Fonseca na apresentação do programa de Acção Cultural Externa LUSA/MIGUEL A. LOPES

 O programa de Acção Cultural Externa (ACE), coordenado pelos ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Cultura, projecta 1.600 iniciativas em 85 países em 2019, destacando-se os 500 anos da primeira Viagem de Circum-Navegação.

O balanço dos dois primeiros anos deste programa — 2017 e 2018 — e o que se projecta para 2019 foi na segunda-feira apresentado, em Lisboa, pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Cultura, respectivamente, Augusto Santos Silva e Graça Fonseca.

Além do quinto centenário da Viagem de Circum-Navegação, no âmbito da ACE foi destacado o centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen, o Festival Portugal-China, que festeja os 40 anos do reatamento das relações diplomáticas entre os dois países e os 20 anos da entrega de Macau a Pequim, e ainda a participação na Bienal de Veneza.

Aos jornalistas, Graça Fonseca afirmou: "Começamos o ano bem, com 1.600 iniciativas programadas, em 85 países, mais 200 que as previstas no início do ano passado, sendo que o balanço de 2018 foi de 1.900 iniciativas, ou seja foi possível ao longo do ano ir aumentado substancialmente o número de iniciativas".

A ministra realçou a transversalidade da programação, que abrange áreas como a literatura, artes performativas, artes visuais, apoios à presença em festivais, no cinema, entre outras.

Graça Fonseca salientou o "importante papel" que desempenham as comunidades portuguesas, a quem se referiu como "os melhores embaixadores que Portugal tem" e que permitem que "o que é levado além-fronteiras se repercuta no terreno" e, por outro lado, "permite a quem viva fora do país, [que] se sinta mais perto dele através das manifestações culturais".

Para Augusto Santos Silva, "o Plano Indicativo da Acção Cultural Externa é hoje uma iniciativa consolidada".

"Trata-se de juntar e coordenar as actividades das várias instâncias do Estado que têm a missão de projectar a cultura", numa acção concertada entre os organismos dos dois ministérios, disse.

O ministro realçou "a geografia da acção internacional da cultura portuguesa", em 85 países, dos quais "mais de uma dezena de países africanos", salientando "o dinamismo da projecção da cultura portuguesa na América Latina e na Ásia".

Em 2018 realizaram-se 1.927 iniciativas de 15 áreas disciplinares em 83 países. A Europa foi a região internacional onde se realizaram mais iniciativas — 921 —, seguida pela África — 415 — e pelas Américas — 313. Do universo das áreas disciplinares, as mais representadas foram a literatura com 18% do total e o cinema e audiovisual com 17%, seguindo-se património (14%) e língua (13%).

De 2017 para 2018 assistiu-se a um aumento na ordem dos 20%, de 1.598 acções para 1.927, enquanto o número de países também aumentou, de 76 para 83.

Os eventos que mais se destacaram foram a Feira do Livro de Guadalajara, no México, em que Portugal foi o convidado de honra, o Mês de Portugal, nos Estados Unidos, e as celebrações do Ano Europeu do Património Cultural, dos 20 anos do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago e os 70 Anos da declaração dos Direitos Humanos.

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