25 fotografias, nos 65 anos de Oprah

Oprah Winfrey tornou-se um fenómeno cultural e marcou para sempre a televisão norte-americana com o seu talk show, que passou em dezenas de países durante um quarto de século, antes de fundar o seu próprio canal de televisão.

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Na fotogaleria juntámos alguns dos momentos mais marcantes do percurso de Oprah REUTERS/John Gress
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Michael Jackson no programa de Oprah, em Outubro de 1993 REUTERS/Sam Emerson PN
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Hillary Clinton, então primeira-dama, foi também convidada de Oprah, em 1995 REUTERS
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Na estreia do filme "Beloved", em 1998, acompanhada pelo seu parceiro, Stedman Graham REUTERS/ Fred Prouser
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No lançamento da revista "O, The Oprah Magazine", ao lado da apresentadora Rosie O'Donnell REUTERS/ Brad Rickerby
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Al Gore esteve no The Oprah Winfrey Show antes das eleições de 2000 REUTERS/ Larry Downing
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Durante uma cerimónia de homenagem às vítimas do ataque às Torres Gémeas, em Setembro de 2011, ao lado de figuras como o ex-presidente Bill Clinton, Hillary Clinton e o então "mayor" de Nova Iorque (actual advogado de Donald Trump) Rudy Giuliani REUTERS/Peter Morgan
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Ao lado do ex-presidente da Àfrica do Sul, Nelson Mandela, numa cerimónia da organização The Oprah Winfrey Leadership Academy for Girls REUTERS/Juda Ngwenya
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No discurso de aceitação do prémio Bob Hope Humanitarian Award, nos Emmys, em 2002 REUTERS/Adrees Latif
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Beyoncé, Halle Berry e Oprah no evento de caridade Carousel of Hope Ball, em Beverly Hills, em 2004 REUTERS/Fred Prouser
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Oprah e o actor Tom Cruise numa conferência de imprensa antes do concerto do prémio Nobel da Paz em honra do ambientalista queniano Wangari Maathai REUTERS/Yves Herman
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Com a actriz Julia Roberts, na Governor's Ball, depois da entrega dos Óscares de 2005 REUTERS/Lucy Nicholson BS
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Em Dezembro de 2005, no final da actuação da peça da Broadway "The Color Purple", uma adaptação do filme de 1985 de Steven Spielberg, no qual Oprah entrou REUTERS/Keith Bedford
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Na cerimónia dos prémios Tony, Oprah entrou na actuação inicial, com Julia Roberts, Rosie Perez e Julie Andrews REUTERS/Gary Hershorn
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Cerimónia de inauguração de uma escola fundada por Oprah nos arredores de Joanesburgo, dedicada a raparigas com potencial, de meios desfavorecidos, em 2007 REUTERS/Siphiwe Sibeko
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Oprah deu o seu apoio à campanha de Barack Obama, em 2008. A fotografia foi tirada num comício em Des Moines, no estado de Iowa, durante as primárias REUTERS/Jason Reed
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Em Junho de 2008, Oprah deu o "commencement speech" na Universidade de Stanford REUTERS/Kimberly White
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Após a cerimónia dos Óscares, em 2010, com a actriz Gabourey Sidibe, protagonista do filme "Precious" REUTERS/Mario Anzuoni
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Num programa em Maio de 2010, de celebração do 10.º aniversário da revista de Oprah, com Dr. Oz e Dr. Phil — duas das personalidades de televisão que a apresentadora ajudou a lançar REUTERS/Lucas Jackson
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Num dos últimos episódios do talk show de Oprah, em Maio de 2011, que contou com a presença de estrelas como Beyoncé e Dakota Fanning (na fotografia), bem como de Tom Hanks, Tom Cruise e Madonna REUTERS/John Gress
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Oprah foi condecorada por Barack Obama, em Novembro de 2013 REUTERS/Jason Reed
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Oprah com os restantes membros do cast e produção do filme "Selma" (incluindo o actor David Oyelowo e a realizadora Ava DuVernay), numa marcha em Alabama, em honra do aniversário de Martin Luther King Jr. REUTERS/Tami Chappe
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Oprah participou no encontro "United State of Women", na Casa Branca, em Junho de 2016 REUTERS/Jonathan Ernst
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Oprah foi convidada para o casamento do príncipe Harry e de Meghan Markle, em Maio de 2018, em Windsor Ian West/Pool via REUTERS
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Oprah participou num encontro durante a campanha a governadora da democrata Stacey Abrams, que perdeu contra Brian Kemp REUTERS/Chris Aluka Berry

Não é raro que as lágrimas estejam associadas ao nome Oprah — do entrevistado, da entrevistadora e do espectador. Quando entrou na exposição dedicada ao percurso da Oprah e ao impacto que esta teve na cultura dos Estados Unidos, em Washington, no Smithsonian’s National Museum of African American History and Culture, a apresentadora que passou um quarto de século a emocionar audiências admite ter chorado ao ler o livro de visitas.

Uma das mensagens fê-la lembrar-se de uma carta que recebeu em 1987 (nos primeiros anos do seu talk show), de um fã que lhe disse: “Ver-te a seres tu própria todos os dias faz-me querer ser mais como eu própria.”. “Fez-me chorar porque é o completar de um círculo”, conta, citada pela revista Smithsonian. “A [minha] intenção foi cumprida e era ser um espelho para que as pessoas se vissem a si próprias noutras pessoas e nas suas histórias; e, ao ver essas histórias, que outras pessoas fossem motivadas, inspiradas, encorajadas de uma forma que nos faz pensar que pudemos fazer mais e melhor na nossa vida”, continua.

A apresentadora norte-americana, que se tornou um autêntico fenómeno cultural, revolucionando a televisão e personificando o sonho americano, faz esta terça-feira 65 anos. Na fotogaleria, em cima, reunimos alguns dos momentos da sua carreira.

Oprah nasceu em 1954 no estado de Mississípi. Apesar de ter crescido num meio pobre, estudou numa das melhores escolas de Wisconsin (para onde se tinha mudado para viver com a mãe), graças ao facto de ser boa aluna e ao final da segregação nos Estados Unidos na década de 1960. Mais tarde, na adolescência, foi viver com o pai, em Nashville.

Segundo a Britannica, aos 19 anos, Winfrey começou a trabalhar como pivot num canal local da CBS, em Nashville. Depois de terminar o curso, tornou-se repórter e co-apresentadora num canal afiliado à ABC, em Baltimore; mas, no ano seguinte, acabou por se virar para o lado menos noticioso da televisão, tornando-se co-apresentadora de um programa matinal, People Are Talking.

Foi na década de 1980 que Oprah começou a afirmar-se na televisão norte-americana. Em 1984, mudou-se para Chicago para ser apresentadora de um talk show, que pouco tempo depois se passou a chamar The Oprah Winfrey Show e que mereceu-lhe, além de inúmeros prémios, um lugar nas televisões de costa a costa dos Estados Unidos. Esteve no ar durante 25 anos, entre 1986 e 2011 — ano em que fundou o seu próprio canal televisivo, OWN. Oprah distinguia-se pelo seu estilo intimista e a forma como provocava emoções — para não falar em momentos como a icónica entrega de carros à audiência.

Pelo caminho, deixou também uma marca no mundo do cinema como actriz, mas sobretudo como produtora. Entrou no filme de Steven Spielberg de 1985, A Cor Púrpura. Através da Harpo Films, a produtora que fundou em 1990, foi responsável por filmes como Beloved (1998), Debate Pela Liberdade (2007) e Selma: A Marcha da Liberdade (2014)​. Foi ainda produtora executiva de Precious (2009).

Escala mundial

Também no universo literário teve uma influência significativa através do clube de leitura que começou em 1996. Todas as semanas, online, Oprah anunciava os títulos que seriam discutidos no programa com convidados. Foi responsável pela subida de dezenas de livros ao top de vendas — desde clássicos como Anna Karenina a lançamentos de autores relativamente desconhecidos, como O Segredo, de Rhonda Byrne. Em 2000 lançou a sua revista, O, The Oprah Magazine.

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"A Million Little Pieces", de James Frey, foi um dos livros que disparou para o topo das vendas após ter ser escolhido para o clube de leitura de Oprah

Em 1998 co-fundou a Oxygen Media, com o objectivo de produzir conteúdo dedicado a mulheres. Entretanto, a influência do The Oprah Winfrey Show alargava-se à escala mundial. Quando em 2004 assinou um contrato para continuar no ar até à temporada de 2010/2011, o programa já passava em cerca de 212 estações nos Estados Unidos e em mais de 100 países (em Portugal passou pela SIC Mulher), de acordo com o site da Biography. Oprah esteve também na génese de outros programas de televisão de sucesso, como o Dr. PhilThe Dr. Oz Show, confirmando a sua influência em diversas áreas, assim como o efeito Oprah.

Apesar de ter tido alguma dificuldade em levantar voo, o canal de Oprah acabou por encontrar o seu caminho, em parte devido ao sucesso com programas de ficção, como The Haves and the Have Nots (criado por Tyler Perry em 2013), Greenleaf (2016) e Queen Sugar (2016). “Se soubesse que seria assim tão difícil, talvez teria feito outra coisa”, comentou Oprah em 2012, no programa CBS This Morning. Com o tempo, foi encontrando a sua audiência, sobretudo entre afro-americanos e particularmente entre as mulheres daquela comunidade, reproduzindo histórias relevantes para esta faixa demográfica. Em Junho do ano passado, Oprah anunciou que iria produzir conteúdo para a Apple, que se tem afirmado neste segmento — mantendo contudo o seu papel de CEO da OWN até 2025, de acordo com a Wired

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Em Janeiro de 2018, na segunda Marca das Mulheres, em Los Angeles , semanas após o marcante discurso de Oprah nos Globos de Ouro REUTERS/Patrick T. Fallon

Quando em Janeiro de 2017 Oprah subiu ao palco dos Globos de Ouro para receber o prémio de carreira Cecil B. DeMille, o seu discurso sobre a igualdade de género e o fim da opressão das mulheres negras mereceu-lhe duas ovações e levou várias vozes a pedir uma candidatura à Casa Branca para 2020. Apesar de a própria já ter dito, em mais do que uma ocasião, que não tinha intenção de concorrer à presidência, foi o suficiente para lançar um debate sério entre figuras políticas dos dois partidos. “Este frisson à volta de Oprah é um bom reflexo da desolação em que se encontra o Partido Democrata”, disse no Twitter Josh Holmes, ex-chefe de gabinete do líder da maioria republicana no Senado Mitch McConnell.

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