CDS vai desafiar partidos a assumir posição sobre justiça

Nuno Magalhães considera que o partido "tem liderado a oposição"

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Nuno Magalhães abriu as jornadas parlamentares do CDS LUSA/RUI MINDERICO/LUSA

Nuno Magalhães, líder da bancada do CDS, vai desafiar os restantes partidos a assumir uma posição sobre medidas para a justiça, depois de as propostas dos centristas – em resposta a um apelo do Presidente da República - estarem paradas na comissão há nove meses à espera que outras bancadas apresentem os seus projectos. O anúncio, lançado na abertura das jornadas parlamentares do CDS, esta tarde em Braga, serviu para Nuno Magalhães fazer o retrato do trabalho que o partido tem feito: “Temos liderado a oposição”.

No discurso, numa sala de um hotel, perante os deputados e candidatos ao Parlamento Europeu, Nuno Magalhães lembrou que o CDS respondeu a um apelo do Presidente da República – que se reflectiu num conjunto de medidas consensualizadas entre os operadores do sector – mas que as propostas ficaram nove meses à espera de medidas de outros partidos.

“O CDS-PP irá desafiar os grupos de uma vez por todas, um debate sobre justiça e que cada um venha a jogo, dizer o que pensa”, afirmou. O líder da bancada do CDS não fez qualquer referência ao PSD de Rui Rio que fez a todos os partidos uma proposta para uma reforma da justiça, a ser negociada fora do Parlamento, mas que foi recebida com muitas reticências. 

Já quase em jeito de balanço da sessão legislativa, Nuno Magalhães apontou o exemplo da justiça – em que o CDS foi o único a apresentar propostas no âmbito de um pacto – mas também lembrou que foi o partido que integra a colocar na agenda a questão da degradação das infra-estruturas, o estatuto fiscal do interior e a discussão sobre demografia e ainda a marcação de um debate de actualidade sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD).

“Foi o CDS que liderou essa oposição e tivemos a oposição do PCP e BE que agora querem fugir da fotografia”, disse, reiterando a ideia de que “para saber a verdade” a bancada usará de “todo e qualquer instrumento regimental”, o que inclui uma comissão de inquérito. Só que a meio ano das férias parlamentares, uma nova (a terceira) comissão de inquérito ao banco público teria poucas hipóteses de ser concluída, mesmo que seja aprovada.

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