PSD diz que Plano Nacional de Investimentos em final de mandato "dá vontade de rir"

Nuno Morais Sarmento critica Governo de António Costa por só ter executado 20% do anterior plano de investimentos e estar já a fazer o anúncio de outro.

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Nelson Garrido

O vice-presidente do PSD Nuno Morais Sarmento disse neste domingo que o anúncio do Governo, em final de mandato, do Plano Nacional de Investimentos (PNI) 2030 dá "vontade de rir" e é uma confissão de falhanço e incompetência.

"Dá vontade de rir. No final de um mandato, os governos normalmente fazem uma de duas coisas: fazem balanços ou, quando são muito politiqueiros, fazem inaugurações - o que não está errado, [já que] a inauguração é a conclusão de um trabalho que se realiza. O que eu nunca tinha visto é governos que chegam ao fim do seu mandato e fazem anúncios", ironizou Nuno Morais Sarmento.

Em declarações à margem da iniciativa "Desafios sociais em Portugal e na Europa" promovida pela concelhia de Coimbra do PSD, o vice-presidente social-democrata frisou que o anúncio do PNI 2030 "é a confissão" do incumprimento do plano que existia anteriormente e que foi delineado a dez anos.

"É a confissão do seu incumprimento, do seu falhanço, da sua incompetência no cumprimento do plano estratégico de infra-estruturas que estava em vigor. Foi desenhado a dez anos e o resultado que este Governo tem para apresentar é o cumprimento de 20% desse plano, ficando 80% por cumprir", assinalou o antigo ministro social-democrata. "A confiança que podemos fazer num governo que cumpriu 20% do último plano é a de que no próximo não consiga resultado melhor do que esse", acrescentou.

Sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e as críticas repetidas de falta de investimento público, Morais Sarmento avisou que não é possível sustentar o SNS "como não é possível sustentar coisa nenhuma sem uma economia a funcionar".

O dirigente nacional do PSD acusou o Governo de se ter esquecido da economia privada: "Achou que o milagre da multiplicação dos pães, o simples aumento do consumo, resolveria os problemas e é evidente que não resolve." "O aumento do consumo é um objectivo, não é uma ferramenta", avisou.

Para Morais Sarmento, a ausência de apoio às empresas e às exportações, e a ausência de investimento público e apoio ao investimento privado resultam numa evidência: "É evidente que têm como condições a imediata dificuldade do Estado no cumprimento das suas funções essenciais e uma delas é garantir saúde aos portugueses."

Nuno Morais Sarmento disse ainda que o Serviço Nacional de Saúde foi construído ao longo de 40 anos de democracia por dois partidos "e apenas por dois partidos" (PS e PSD), argumentando que o PS "agora está refém do Bloco de Esquerda e do PCP", partidos que "não querem" o SNS.

"O Bloco de Esquerda quere-o como ferramenta, arma de arremesso e combate político até à revolução final e o PCP quer o Serviço Nacional de Saúde mas sem sector cooperativo, sem sector social, sem sector privado, sem qualquer complementaridade. Ou seja, é, como em tudo, apenas e só o Estado. Esse não é o nosso Serviço Nacional de saúde", considerou.

"O Serviço Nacional de Saúde que temos em Portugal é defendido pelo PSD e devia ser defendido pelo PS. Mas por força das amarras com que está não é defendido pelo PS", acusou Morais Sarmento.

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