Arquitectura

Neste prédio de “contornos finos”, a Foz do Douro esconde-se atrás de portadas

Fotogaleria

Há, no número 429 da Rua de Gondarém, na Foz do Douro, no Porto, um prédio com “leveza e contornos finos”, que se mostra através de uma fachada ritmada entre betão escuro e madeira. Desenhado pelo gabinete dEMM arquitectura, o prédio de quatro pisos insere-se num terreno “relativamente comprido e com pouca largura” e é detentor de uma “linguagem única”. São quatro apartamentos — um estúdio, dois T2 e um T4 duplex — que podem ser adaptados às necessidades dos habitantes, através de portadas que deslizam para abrir espaços. Paulo Fernandes Silva, arquitecto responsável, refere que foi necessário, em primeiro lugar, “optimizar os acessos verticais e horizontais, para conseguir aproveitar o máximo de área disponível dentro dos apartamentos”.

Depois, pensou-os de forma “versátil”, com a “possibilidade de abrir ou encerrar espaços, modificando o seu uso”, através das portadas amovíveis. No caso dos T2, por exemplo, “a sala está em comunicação com a cozinha e, para ter uma sala de estar e de jantar totalmente ampla, há a possibilidade de correr uma portada e juntá-las”, explica Paulo Fernandes Silva, arquitecto responsável pelo projecto. No T4, “há uma suíte que junta um quarto e casa de banho, também com uma portada, que pode ser encerrada caso não se pretenda que seja utilizada daquela forma”.

Apesar de todos terem vista para o mar, é a partir do apartamento T4 — que ocupa o terceiro e o quarto pisos — que há acesso para a cobertura do prédio, onde há um jacuzzi e um solário (imagem 18 da fotogaleria). Nos restantes apartamentos, as zonas sociais estão viradas a poente, através de grandes “lençóis de vidro” e os quartos estão virados a nascente (para a rua). A fachada da frente é, por isso, “mais fechada e tem madeira e floreiras a cobri-la”.

Paulo Fernandes Silva destaca também os materiais usados na construção. “O betão escuro com ligação à madeira é completamente único”, aponta. A junção dos elementos com o desenho resultou na “linguagem única" que torna o edifício mais leve — condição necessária, uma vez que se insere no meio de outras construções e junto à rua.

Em 2018, a dEMM arquitectura reabilitou um apartamento também na Foz do Douro, com vista para o mar. O projecto conseguiu uma menção honrosa na 11.ª edição dos Prémios Internacionais de Design.

©José Campos
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