Novak Djokovic cimenta o seu lugar na História

O tenista sérvio estabeleceu um novo recorde de títulos no Open da Austrália, ao mesmo tempo que conquistou o 15.º triunfo em torneios do Grand Slam.

Djokovic com o troféu ganho no Open da Austrália
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Djokovic com o troféu ganho no Open da Austrália LUSA/JULIAN SMITH
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Djokovic LUSA/LYNN BO BO
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Djokovic LUSA/LYNN BO BO
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A Rod Laver Arena LUSA/LYNN BO BO
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Rafael Nadal LUSA/MAST IRHAM

Foi em Setembro de 2002 que Pete Sampras conquistou o 14.º título do Grand Slam, mais dois que o anterior máximo de Roy Emerson, obtido nos anos 60. Na altura, os elogios não foram poupados: “o maior de sempre”, “um feito mesmo extraordinário”, “um recorde para durar décadas”. Doze anos e meio depois, não há um, nem dois, mas sim três jogadores a fazer melhor que Sampras. Com o triunfo deste domingo no Open da Austrália, Novak Djokovic soma agora 15 títulos no Grand Slam, atrás de Roger Federer (20) e Rafael Nadal (17). Recorde é mesmo o sétimo título conquistado pelo sérvio em Melbourne, destacando-se de Emerson e Federer. Mais impressionante, é a terceira final consecutiva de um major, que Djokovic ganha sem ceder qualquer set.

“Quando comecei a jogar ténis, uma das primeiras imagens que tenho era ele a jogar em Wimbledon, penso que o seu primeiro título, em 1992. Eu era um pequeno rapaz de Kapaonik, no sul da Sérvia. Nunca ninguém tinha tocado numa raqueta de ténis antes. Foi um sinal do destino começar a jogar ténis, aspirar a ser tão bom como Pete. Ultrapassá-lo em títulos do Grand Slam deixa-me sem palavras”, admitiu Djokovic, já depois de passar pela Margaret Court Arena repleto de fãs que não puderam assistir in loco à final, muitos deles asiáticos e a quem agradeceu em sérvio, chinês, inglês e francês.

Três sets (6-3, 6-2 e 6-3) e duas horas chegaram para o sérvio de 31 anos confirmar o favoritismo diante do rival Nadal. O domínio de Djokovic ficou bem traduzido nas estatísticas: perdeu apenas 10 pontos no serviço (somente um, no set inicial), concretizou cinco de oito break-points, cometeu nove erros não forçados e ganhou 18 dos 25 pontos mais longos, com 10 ou mais pancadas. “A este nível, dadas as circunstâncias, foi verdadeiramente um encontro perfeito”, reconheceu o campeão.

Djokovic foi o grande dominador da segunda metade da época passada, em que conquistou dois Grand Slams e regressou ao primeiro lugar do ranking. Neste domingo, tornou-se no único a conquistar três majors consecutivos por três vezes. Antes, tinha obtido o triplete Wimbledon-Open dos EUA-Austrália entre 2011 e 2012 e também entre 2015 e 2016, quando ganhou quatro seguidos, numa série terminada com a conquista da primeira Taça dos Mosqueteiros, em Roland Garros. Depois, foi a ressaca desse feito, há longo tempo perseguido: eliminações precoces, menor empenho, despedimento da equipa técnica. Para piorar, as lesões apareceram, primeiro no joelho direito e, já em 2018, no cotovelo direito.

A paragem para a operação, em Fevereiro passado, permitiu-lhe repensar a carreira, recuperar o treinador Marian Vajda e a forma física e, surpreendentemente, os resultados surgiram rapidamente. “Não quero parecer arrogante, mas sempre acreditei em mim. Penso que esse é talvez o maior segredo do meu sucesso”, afirmou Djokovic, que, desde a derrota na final do Open dos EUA de 2013, ganhou todos os 17 sets (em oito encontros) que disputou com Nadal em hardcourts.

O espanhol, um ano mais velho, sem competir desde Setembro, chegou à final sem ceder qualquer set, muito devido aos progressos no serviço. Só que frente a Djokovic, ganhou metade dos pontos com o primeiro serviço (24 em 47). “Quando ele joga assim tão bem, é difícil para todos ganhar. Mas se conseguir resistir e devolver uma vez mais a bola, posso ter uma hipótese. Preciso de tempo para trabalhar e chegar a esse ponto”, explicou Nadal.

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