Marcelo diz que avanço para eleições é peça-chave da evolução da Venezuela

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, realçou a importância de haver eleições livres na Venezuela, sendo que o avanço para o sufrágio é a "peça-chave da evolução" deste país.

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Marcelo Rebelo de Sousa chegou esta sexta-feira à Cidade do Panamá para estar presente nas Jornadas Mundiais da Juventude. LUSA/PAULO NOVAIS

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu na sexta-feira que o essencial para a Venezuela é haver eleições livres, sendo que o avanço para o sufrágio é a "peça-chave da evolução" deste país.

"O essencial é que o povo venezuelano decida o seu destino e decida em liberdade. E a definição, a aceitação, o avanço para essas eleições livres é a peça-chave na evolução da Venezuela através das mãos do povo venezuelano", disse no Panamá, onde participa nas Jornadas Mundiais da Juventude, presididas pelo Papa Francisco.

Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre as declarações do chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, que, em concertação com a posição de outros países europeus (Espanha, França e Alemanha), afirmou que ou o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, aceita realizar "eleições livres no mais breve prazo possível" ou a União Europeia reconhecerá Juan Guaidó como Presidente interino de forma a que este possa convocar as eleições.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, a União Europeia, e também Portugal, estão a dizer que "o objectivo é esse [as eleições], quanto mais rápido melhor". "E é muito importante que esse objectivo seja prosseguido, porque a não ser prosseguido entra-se numa situação que se torna impossível", advertiu.

Esta semana Marcelo Rebelo de Sousa já tinha considerado ser necessário respeitar "a vontade soberana do povo venezuelano", numa posição em linha com a do Governo. "O Governo português já definiu a posição, que é a dos países da União Europeia, e que é uma posição que sublinha o respeito da vontade do povo venezuelano, a importância da liberdade, o respeito da legitimidade da Assembleia Nacional e, também, a procura de uma solução pacífica com a realização de eleições livres, através das quais o povo venezuelano possa exprimir a sua vontade política", afirmou.

Juan Guaidó autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.

Os Estados Unidos, Canadá e a maioria dos países da América Latina, à excepção de Bolívia, Cuba e Nicarágua - que se mantêm ao lado de Maduro -, já reconheceram Juan Guaidó como Presidente interino do país. Rússia, China, Turquia e Irão manifestaram também o seu apoio a Nicolás Maduro.

A União Europeia defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, sublinhando que "os direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados" e instando à "abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional", prevê realizar.

A Venezuela, país onde residem cerca de 300 mil portugueses ou luso-descendentes, enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.

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