Teatro

Rosa Crucificação

Paulo Pimenta
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Paulo Pimenta

Da rua, pouco se adivinha sobre o interior do Mise en Scène. Do chamado erotic night lounge, em Arroios, Lisboa, nada se intui. Mas lá dentro, o piso térreo ajuda a estabelecer o ambiente para que Mónica Calle conduz cada um dos espectadores de Rosa Crucificação, espectáculo que a actriz e encenadora criou a partir da trilogia mítica de Henry Miller (Sexus, Plexus e Nexus). Quando Calle desce as escadas e se faz seguir, prepara não apenas a intimidade em que tudo se passará em breve, mas sugere também uma dimensão subterrânea nas fantasias e nas narrativas que então propõe. O piso inferior funciona como lugar a salvo do mundo exterior, barricado contra o que é violento e impositivo lá fora, contra as normas e os contrangimentos quotidianos.

Aos poucos, Mónica Calle vai depois envolvendo o público na escolha do seu figurino, na decisão sobre a sala onde se abandonará finalmente a textos que partem de Miller mas são enxertados com as suas próprias experiências. É nesse espaço, entre sombras e silhuetas que escondem o pouco que há a esconder, que se fabrica uma intimidade entre intérprete e espectadores, entre as histórias de uma mulher e as projecções de 15 pessoas, com as quais também ela vai descobrindo o que é este espectáculo em cada sessão. Rosa Crucificação não tem, por isso, uma forma fixa. Adapta-se e mostra-se de maneira diferente, oferecendo sempre sem saber ao certo quanto recebe em troca. Gonçalo Frota

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