Governo vai esperar pelo fim do contrato dos CTT para avaliar nacionalização

O tema da concessão do serviço postal de correios incendiou a primeira parte do debate quinzenal.

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Costa recusou fazer já qualquer avaliação sobre os correios LUSA/TIAGO PETINGA

O Governo vai esperar até ao final do contrato da concessão do serviço postal nacional, em 2020, para avaliar a forma como a empresa tem executado as suas obrigações e depois decidir se retoma a gestão dos CTT. Esta foi a garantia que o primeiro-ministro deixou a Jerónimo de Sousa no arranque do debate quinzenal desta manhã no Parlamento.

Fazendo um retrato caótico do cumprimento das obrigações do serviço postal pelos CTT, Jerónimo lembrou que em breve serão 48 os concelhos sem qualquer estação de correios, que o serviço de distribuição é cada vez pior e que os accionistas estão a descapitalizar a empresa retirando mais capital do que os lucros anuais e vendendo património.

Depois do chumbo, nos últimos anos, das propostas comunistas para a renacionalização do serviço de correios, o líder comunista foi directo: "Está o Governo decidido a assumir o controlo público dos CTT e do serviço postal nacional?"

António Costa fez o enquadramento: o contrato acaba no próximo ano, é à Anacom que "compete fiscalizar a execução do contrato de concessão feito pelo anterior Governo e "impor as medidas que entende adequadas". Defende que não deve haver "precipitação" para não dar desculpas ao concessionário de que o Estado não cumpriu a sua parte do acordo ao acabar com ele antes do seu fim. Mas concorda ser "indispensável" a presença de uma estação dos CTT em cada concelho, sobretudo nas regiões mais abandonadas e de baixa densidade.

"O que temos a fazer é respeitar o contrato e no final fazer o que nos compete: avaliar e decidir", prometeu. Jerónimo de Sousa replicou: “Oxalá não seja tarde depois desse balanço…”

Já depois do debate quinzenal, Rui Rio também se referiu à questão dos CTT para dizer, a partir de Évora: "Bem ou mal - cada um terá a sua opinião - os CTT foram privatizados e, portanto, neste momento, a gestão dos CTT é da responsabilidade privada e assim deve continuar”. 

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