Rivalidade entre Djokovic e Nadal tem episódio especial

Sérvio e espanhol vão medir forças pela 53.ª vez, na final do Open da Austrália.

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REUTERS/Gary Hershorn

Nunca houve na história do ténis uma rivalidade tão grande como a que existe entre Novak Djokovic e Rafael Nadal. E o percurso no Open da Austrália confirmou que está para durar. Imbatíveis desde o início da prova, os dois vão encontrar-se pela 53.ª vez, em Melbourne, na final de domingo (8h30 em Portugal). Ambos habituaram os adeptos a guardar o melhor ténis para os derradeiros dias, como na final de 2012, quando o sérvio se impôs ao fim de seis horas, na mais longa final de um Grand Slam de que há registo.

“Nadal tem sido, na história da minha carreira e vida, o maior rival que alguma defrontei, em todos os pisos. Alguns encontros que tivemos foram um enorme ponto de viragem na minha carreira, Penso que me fizeram repensar no meu jogo”, afirmou o vencedor de 14 títulos do Grand Slam, após afastar um estreante em meias-finais deste nível, Lucas Pouille (30.º no ranking), por 6-0, 6-2 e 6-2, em menos de hora e meia.

Durante esse período, Djokovic cometeu apenas cinco erros não forçados e cedeu somente oito pontos no seu serviço. “Foi um encontro perfeito desde o primeiro ao último ponto. Executei tudo o que pretendia e até mais do que esperava”, admitiu o sérvio de 31 anos.

O mesmo se tinha passado na véspera, na outra meia-final, onde Nadal só consentiu seis jogos a Stefanos Tsitsipas, encontro a que Djokovic assistiu. “Ele tem jogado de forma impressionante durante todo o torneio; ainda não perdeu um set. Eu também não joguei mal nestes últimos dois encontros. Penso que a final chega num bom momento para ambos”, salientou o líder do ranking.

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Recorde-se que, no ano passado, Djokovic perdeu nos oitavos-de-final do Open, o seu primeiro torneio após seis meses afastado devido a uma lesão no joelho direito. Logo depois, em Fevereiro, foi operado ao pulso direito e só regressou à competição em meados do mês seguinte, mas só voltou a ganhar um encontro em Abril. Triunfou em Wimbledon e no US Open e, em Novembro, recuperou o primeiro lugar do ranking.

Nadal retirou-se no quinto set do embate com Marin Cilic, nos quartos-de-final, devido a uma lesão na anca, e só regressou ao circuito três meses depois. Dominou a época de terra batida (Monte Carlo, Barcelona, Roma e Roland Garros) e ainda venceu o Masters 1000 do Canadá no Verão, mas encerrou a época em Setembro. Foi operado ao tornozelo direito, em Novembro, e voltou a competir neste Open da Austrália.

Curiosamente, esta foi apenas a segunda vez na carreira que Djokovic defrontou na fase final de um major um adversário fora do top 10; a primeira foi em 2008, igualmente em Melbourne, quando derrotou o também francês Jo-Wilfred Tsonga, então 38.º mundial, para conquistar o seu primeiro grande título. A última ocasião em que ergueu a Norman Brookes Challenge Cup foi em 2016, quando passou a partilhar com Roy Emerson e Roger Federer o recorde de seis títulos conquistados no Open da Austrália. Agora, tem a possibilidade de conquistar um inédito sétimo título, o que deixa o sérvio extremamente motivado.

“Há muito em jogo, é difícil escolher só uma coisa. Obviamente que fazer história no desporto que adoro é uma honra e um privilégio, uma enorme motivação, mas também Nadal está do outro lado da rede. Vamos jogar uma final de um Grand Slam para um sétimo título. Se não ficasse motivado com tudo isto, alguma coisa estava mal”, adiantou.

Djokovic parte como favorito para a final, não só porque ganhou mais encontros (27), mas também porque venceu oito dos últimos 10 duelos com o espanhol, o último dos quais nas meias-finais da derradeira edição do torneio de Wimbledon, e 18 dos 25 confrontos em hardcourts. Nadal lidera nos embates em Grand Slams (9-5) e nas respectivas finais (4-3).

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