Espinho concluiu obras de reforço no esporão da Baía

Face às alterações climáticas, a autarquia quer manutenções do esporão e de outros recursos de defesa da orla costeira com obras mais regulares.

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NFACTOS/LUIS EFIGENIO

As obras para reforçar o esporão norte da Praia da Baía, em Espinho, já estão concluídas, mas a autarquia local alertou esta quinta-feira que, face às alterações climáticas, a estabilidade costeira da cidade exigirá agora manutenções mais frequentes.

"Espinho tem uma frente urbana que está consolidada e sem grande erosão do mar desde 1909, com a nossa linha costeira a manter-se desde essa altura praticamente igual ao que era. Mas agora é evidente que temos que estar atentos às alterações climáticas, e é importante que este tipo de obras de manutenção passe a verificar-se com maior frequência", afirmou o presidente daquela autarquia do distrito de Aveiro, Joaquim Pinto Moreira.

No caso do esporão norte da Baía, o autarca indicou que "o habitual era proceder-se a obras de reforço de 10 em 10 anos", mas defende que agora essas "justificam-se num intervalo de tempo mais curto, provavelmente de cinco em cinco anos", o que dependerá "da sensibilidade e capacidade de execução do Ministério do Ambiente e da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que tutelam este tipo de intervenção".

As obras agora concluídas no esporão norte da Praia da Baía, cuja construção teve início em 1982 e foi concretizada pela empresa Somague, visaram sobretudo "reforçar a sua resistência à fúria das ondas".

Orçada em 1,1 milhões de euros e executada pela HydroStone, a intervenção dirigida pela APA durou sete meses, incidiu sobre o chamado cabeço do esporão, na extremidade apontada ao mar, e recorreu a uma técnica diferente das que vinham a ser aplicadas nessa estrutura.

"O comum era que este reforço se fizesse através da colocação de pedra e tetrápodes no local, mas desta vez optou-se por um sistema de defesa diferente, utilizando blocos de betão alinhados de forma a oferecerem ao mar uma resistência mais compacta e resiliente", explicou Pinto Moreira.

O autarca referiu que o objectivo foi garantir a solidez de uma estrutura "determinante para a segurança de pessoas e bens", mas insistiu que a manutenção do esporão e de outros recursos de defesa da orla costeira exigem agora obras mais regulares.

"Espero que o Plano de Ordenamento da Orla Costeira de Caminha a Espinho, agora em processo de revisão, preveja os instrumentos financeiros necessários para que este tipo de trabalhos de protecção sejam efectiva e eficazmente concretizados, assegurando uma protecção de pessoas e bens que terá que ser cada vez mais atenta", defendeu.

Exemplo que demonstra essa necessidade é a tempestade Hércules, que, como recordou Pinto Moreira, "ainda em 2014 causou danos consideráveis na costa de Espinho e obrigou a obras logo depois".

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