Nónio: PÚBLICO e dezenas de outros sites passam a pedir registo aos utilizadores

Navegação com uma conta passa a ser necessária para quem queira ler mais de três artigos por dia.

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DANIEL ROCHA

Um grupo de cerca de 70 sites informativos, que representam a generalidade da imprensa portuguesa e entre os quais está o PÚBLICO, vão a partir desta quinta-feira passar a pedir um registo gratuito a utilizadores que queiram aceder a mais de três artigos por dia.

O sistema de registo chama-se Nónio e permitirá aos utilizadores, através de uma conta única, navegarem pelos vários sites. O objectivo é recolher dados que possam ser usados para publicidade mais direccionada e que permitam aos meios de comunicação terem mais conhecimento das respectivas audiências.

No registo, é pedido aos utilizadores que indiquem o nome, email, data de nascimento e género. Em alternativa, podem ser usadas as contas do Google ou do Facebook, que se tornaram um método de autenticação frequente em vários serviços online.

Fora do limite de três artigos do Nónio diários ficam várias páginas dos sites (como a página principal e as páginas de secções), conteúdos como galerias de fotografias e ainda os artigos abertos pelo utilizador através de redes sociais e de motores de busca.

O projecto é um esforço conjunto da imprensa portuguesa e o Nónio já está a ser usado como plataforma de registo em vários sites.

Para além do PÚBLICO, participam no Nónio vários grupos de comunicação social: a Cofina (Sábado, Correio da Manhã, Jornal de Negócios), a Global Media (Diário de Notícias, Jornal de Notícias, TSF), o Grupo Renascença Multimédia, a Impresa (Expresso e SIC) e a Media Capital (TVI, Rádio Comercial). Estas empresas fazem parte da chamada Plataforma de Meios Privados, que é a responsável pelo projecto. De acordo com o site do Nónio, estes meios de comunicação “são responsáveis por 70 sites que reúnem 85% da audiência nacional de Internet”.

No caso do PÚBLICO, que desde 2013 tem um limite de artigos gratuitos para não-assinantes, continuarão a estar disponíveis 15 artigos por mês antes de ser pedido um pagamento ao utilizador, que permite aos assinantes ler todos os conteúdos do jornal em todas as plataformas. Muitos dos utilizadores registados no PÚBLICO já estão actualmente a usar o Nónio.

Com esta plataforma, os meios pretendem obter dados dos utilizadores que sirvam para apresentar publicidade mais direccionada (de forma semelhante, por exemplo, à plataforma de anúncios do Google) e para outras acções comerciais. “A informação recolhida vai ser gerida por uma empresa independente de todos os grupos. Na primeira fase do Nónio, a informação só pode ser usada para a acção comercial. Cada grupo vai ter acesso à informação que gerar, junto da sua audiência, mas não à informação dos outros grupos participantes”, lê-se no site.

O Nónio (que é o nome de um instrumento de navegação inventado no século XVI pelo matemático português Pedro Nunes) foi co-financiado pelo fundo DNI, um fundo de 150 milhões de euros disponibilizados pelo Google para projectos de imprensa na Europa. O fundo aplicou 900 mil euros no desenvolvimento desta plataforma.

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