A afirmação da Taça da Liga

Começa nesta terça-feira, em Braga, a final a quatro, ou seja os jogos das meias-finais da Taça da Liga, numa organização da Liga e que, durante uma semana, para além dos jogos das meias-finais e da final, tem um conjunto de iniciativas em torno do futebol e não só, cujo principal objectivo é envolver os adeptos e as suas famílias, criando um sem número de interacções com as mesmas, sob o lema do desportivismo, da ética, do positivismo e da paixão pelo desporto em geral e pelo futebol em particular.

Esta é uma final a quatro tecnológica, pois para além do sistema de videoárbitro, das bandeirolas bip e dos intercomunicadores, já existentes em outras competições, terá o sistema da tecnologia da linha de golo e a possibilidade online de, através do registo directo do quarto árbitro, fazer a leitura e acompanhamento em simultâneo no site da Liga das incidências disciplinares do jogo, das substituições... através de um relógio especial onde esses registos vão sendo feitos.

Esta competição, tem também esta nuance, quer nas meias-finais, quer na final, de, em caso de empate, não haver prolongamento, passando-se de imediato para os pontapés de penálti, para efeitos de se achar o vencedor. Para além disso, esta organização tem a particularidade de ter as conferências conjuntas dos treinadores, assim como a possibilidade de se ouvir também em conferência a equipa de arbitragem.

Esta tem sido uma competição que ao longo dos últimos anos tem evoluído muito e ganho uma importância diferente que é hoje reconhecida pelos próprios clubes. Talvez por isso tenhamos, pela primeira vez, quatro finalistas inéditos, os quatro primeiros classificados da época anterior e que, coincidentemente, são também os mesmos na classificação actual. Nesse aspecto, a Liga tem conseguido o apoio de inúmeros patrocinadores e sponsors que têm credibilizado a competição, com as câmaras municipais também a associarem-se e a terem um papel relevante, como é o caso de Braga

E se uma organização e o seu sucesso se mede, obviamente, pela qualidade das pessoas que nela trabalham há muita gente nos bastidores que tornam possível esse sucesso. Esta competição em particular e a Liga em termos gerais, tem um responsável, um rosto, que tem dado muita qualidade e que muito tem feito para a credibilização e crescimento sustentável desta organização. Falo, claramente e obviamente, de Pedro Proença, meu ex-colega de arbitragem, a quem reconheço as suas qualidades, um verdadeiro tecnocrata e uma pessoa competente. Onde ele se envolve consegue sempre deixar o seu selo da qualidade, pois trabalha focado constantemente no sucesso e na excelência.

Das muitas e novas iniciativas tidas este ano pela Liga, destaque especial, para a criação dos embaixadores, numa parceria com a Liga espanhola (La Liga), em que foram convidados ex-jogadores, que muito deram ao futebol português e que, a partir desta data, irão representar a Liga portuguesa em inúmeras acções de cariz social e não só, indo até àqueles que, espalhados pelo país, não têm as mesmas possibilidades e condições de acesso de quem vive nos grandes centros e, dessa forma, ajudar quem mais precisa, através do grande mediatismo que estes actores e este desporto têm junto dos adeptos e das pessoas de uma maneira geral.

Para esta competição terminar com êxito e ter sucesso, uma das partes integrantes, que são os árbitros, vão ter um papel importante e decisivo, pois sabemos que quando a bola rolar, muito do que se vai falar e discutir está relacionado com a questão da verdade desportiva. Sendo as nomeações das equipas de arbitragem e videoárbitros da responsabilidade do Conselho de Arbitragem da federação, espera-se que, divergências à parte, haja o cuidado de nomear árbitros experientes, pois os embates que se avizinham prometem ser equilibrados e com algum grau de dificuldade.

Pessoalmente vou ter o privilégio de acompanhar de perto estes três jogos ao serviço da Sport-Tv e também do jornal PÚBLICO, onde terei a oportunidade de fazer os comentários de natureza técnica em torno da arbitragem. Como grande apaixonado do futebol e da arbitragem espero e desejo que esta final a quatro seja um verdadeiro hino ao desportivismo, ao fair-play e, sobretudo, à verdade desportiva tão necessária ao nosso futebol que vive fora das quatro linhas momentos que são de grande tensão e em que a cultura desportiva nem sempre está presente.

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