Cartas ao director

As propinas no ensino superior
Gostei de ler o texto da professora Elisabete Jesus “Terão os livros escolares os dias contados?”, publicado a 8 de Janeiro no PÚBLICO. Cito: “Todos os professores convivem diariamente com a resistência dos jovens à leitura, à escrita, ao raciocínio, ao que dá trabalho e não é imediato (…) ou seja, mostram-se cada vez mais acríticos e, por conseguinte, serão enganados mais facilmente”.
Selecciono do texto a frase “mostram-se cada vez mais acríticos”.
Não se pode aceitar que esta juventude estudantil pré-universitária e universitária não discuta o pagamento das propinas e o seu significado social e político quando na AR se discute um diploma que tornará temporalmente a propina gratuita. Acontece que na comunicação social esta temática tem sido discutida e alargada às condições de alojamento e mobilidade dos estudantes e há toda uma discussão muito complexa em torno das relações entre a universidade e o desenvolvimento do país.
Até hoje o que sabe o governo e o povo da opinião dos estudantes quanto a esta temática?
Será que existem associações académicas? A Associação Académica de Coimbra é futebol, serenatas e praxes quando as repúblicas estão a ser destruídas.
Na queima das fitas, esta estudantada circula por Lisboa, Coimbra e Porto bêbeda e a conspurcar as ruas por onde passa.
Quanto à sua participação/intervenção na discussão pública sobre propinas, acesso ao ensino superior e desenvolvimento do país, nada!
Esta geração que vive no digital está atomizada, a teclar nas maquinetas e incapaz de constituir uma rede, uma organização eficaz em termos de aumento da consciência social estudantil e de reivindicação política.
Houve uma juventude que mostrou o traseiro à ministra, esta nada tem para mostrar.

José Raimundo Almeida, St.º Ant.º dos Cavaleiros

Indignação de um Povo

Na história desta grande nação que é Portugal, foram muitos os heróis que nos tornaram grandes sem serem devidamente reconhecidos, ou então os próprios, numa atitude de serviço aos seus concidadãos, abdicaram desse reconhecimento, sendo antes de mais um exemplo para os actuais governantes que, por servirem o país, julgam ter mais direitos que os restantes cidadãos.

Este é o país em que a AR tem 230 deputados, e onde cada um representa uma força politica que supostamente defende os interesses da mesma, e em que as amizades influentes são meio caminho andado para a falta de clareza existente na classe politica actual que tudo faz para calar as vozes que procuram manifestar-se contra os actos de corrupção que proliferam cada vez mais.

Não é aceitável que num país que se diz democrático, aos cidadãos honestos e cumpridores seja exigido o cumprimento dos deveres, mas o comodismo aliado à cultura do medo faça com que muitos deixem de lutar pelos seus direitos, mostrando o seu desagrado legitimo face aos casos em que o movimento dos Coletes Amarelos representa o descontentamento de um povo que não se revê em manobras politicas que resultam habitualmente no favorecimento e compadrio de uns, o que acaba por nos penalizar todos.  Américo Lourenço, Sines

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