Fyre Festival: donativos para trabalhadores lesados ultrapassam 70 mil euros

História de proprietária de restaurante que perdeu as poupanças originou onda de doações. "Eles deixaram-me num buraco", lamentou Maryann Rolle.

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Tendas encharcadas e enlameadas substituíram alojamento de luxo prometido pela organização NETFLIX

Apesar de apenas ter estreado no dia 18, o documentário do Netflix sobre o Fyre Festival — FYRE: The Greatest Party That Never Happened ​​(O Grande Evento Que Nunca Aconteceu, em português) — já teve efeitos práticos. A história dos trabalhadores das Bahamas que, após terem investido dinheiro no festival, não receberam a compensação prometida levou à criação de uma página que, em 48 horas, já conseguiu angariar mais de 80 mil dólares (cerca de 70 mil euros).

“Perdi mais de 50 mil dólares das minhas poupanças. Nem gosto de falar sobre o Fyre Festival”, afirmou Maryann Rolle, uma das lesadas que participou no documentário. A proprietária do restaurante servia mais de 1000 refeições diárias para o staff do festival, nas Bahamas. Com a implosão do evento, Maryann e o pessoal que trabalhava para ela não receberam o dinheiro prometido pela organização.

Aproveitando o lançamento do documentário, a mulher decidiu criar uma página na plataforma Go Fund Me, com a esperança de conseguir recuperar algum do dinheiro perdido. “Enquanto faço este pedido, é difícil acreditar e embaraçoso admitir que nunca cheguei a ser paga. Deixaram-me num grande buraco! A minha vida mudou para sempre e a minha reputação foi arruinada pelo Fyre Festival. O meu único recurso é pedir ajuda. Há um ditado que diz que ‘má publicidade é melhor do que nenhuma publicidade’ e rezo para que quem estiver a ler este pedido me possa ajudar”, escreveu a Maryann na página.

A história também comoveu os produtores do documentário que, nas redes sociais, divulgaram a página criada pela mulher, incentivando os seguidores a ajudarem com alguns donativos.

Os milhares de euros perdidos pela muher foram uma gota de água no oceano: o festival de música, que prometia ser de luxo e contar com várias celebridades e influencers,  foi uma fraude. As luxuosas casas não passavam de tendas encharcadas e enlameadas. Os artistas no cartaz recusaram-se a actuar, percebendo que a organização não teria dinheiro para lhes pagar. E quem comprou bilhete — a custar várias centenas de euros — ficou sem actuações, alojamento e retido na ilha das Bahamas, sem voo de regresso. O principal organizador do evento, Billy McFarland, foi condenado a seis anos de prisão por fraude.

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