Cristas lamenta desinteresse de Costa por sector da saúde "em ruptura"

CDS organizou conferência "Pela sua Saúde" para demonstrar a importância que dá ao sector.

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A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, intervém durante a sessão de encerramento da conferência "Pela Sua Saúde" na sede nacional do partido LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, lamentou neste sábado o desinteresse do chefe do Governo pelo sector da saúde, descrevendo-o como "em ruptura" devido à "austeridade escondida", numa conferência sobre o tema organizada pelo partido na sede de Lisboa.

"Temos um primeiro-ministro desinteressado, que despreza a realidade, que não quer estudar a fundo os assuntos e a única coisa que lhe interessa é atirar com alguma areia que o pode ajudar a colher votos", acusou Assunção Cristas, salientando "ameaças fortes num sector em ruptura".

A líder democrata-cristã recordou que o primeiro-ministro, António Costa, "resolveu tomar uma série de decisões" no sentido do anúncio do "fim da austeridade", como a redução dos horários para as 35 horas, mas "sem preparar a decisão nem ter outra abordagem ao nível da contratação [de mais profissionais]".

"A austeridade que teria acabado, na verdade ficou silenciada, escondida", apontou Assunção Cristas, criticando ainda a "ultra-centralização das decisões" por parte do Ministério das Finanças.

Segundo a presidente do CDS-PP, o ponto de aplicação da austeridade deslocou-se e existe de uma forma menos visível", mas "o problema é que não se consegue enganar toda a gente por muito tempo".

"O primeiro-ministro quer pintar o país de cor-de-rosa. Acha que muitas coisas se resolvem com o tempo e, portanto, vai empurrando e empurrando. Nesta área, isto não vai acontecer. Olhando para a população cada vez mais idosa a precisar de mais cuidados, se não encararmos estes desafios, dificilmente teremos uma saúde acessível a todos, independentemente da sua carteira ou morada geográfica ou idade", prognosticou.

A líder centrista frisou que "a preocupação do CDS é mostrar que há alternativa", com "foco no doente e seu bem-estar e não no sistema", seja em ambientes públicos ou privados.

Autonomia na gestão por parte dos hospitais, designadamente para a contratação de recursos humanos, e modelos de financiamento desligados da produção foram defendidos por Assunção Cristas.

"As esquerdas não servem para o nosso país porque não têm nenhuma prova dada, estão desligadas da realidade e desconsideram o trabalho que muita gente faz em todo o país em prol da saúde", acrescentou, lastimando ainda que haja "todos os dias mais notícias e más notícias na área da saúde" e um "descontentamento generalizado".

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