Resgate do bebé em Málaga: "Túnel demorará entre 15 a 20 horas, em condições normais"

Equipa de resgate recomeça a perfuração, depois das condições do terreno terem atrasado a operação. Menino de dois anos caiu no poço há seis dias.

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EPA/DANIEL PEREZ

Seis dias após a queda do pequeno Julen a um poço com mais de 100 metros em Totalán (Málaga), a equipa de salvamento corre contra o relógio. Os homens que trabalham sem descanso desde domingo esperam que, este sábado, seja possível completar a perfuração de um túnel vertical, nivelado com o poço onde se pensa estar a criança de dois anos de idade. Depois da primeira perfuração será escavado outro túnel, desta vez perpendicular, para que a equipa de resgate consiga aceder ao local onde poderá estar o menino.

A perfuradora incumbida de abrir o túnel vertical está em posição e começará a trabalhar às 14h20 (menos uma hora em Portugal). “Temos esperança de que o trabalho dure o menos possível e que encontremos melhores condições do que as encontramos anteriormente”, afirmou Ángel García Vidal, coordenador das operações de resgate. Ainda assim, o responsável aconselhou cautela, afirmando que os pedaços de rocha que frustraram os anteriores trabalhos podem, novamente, causar dificuldades: “Em condições favoráveis à perfuração, demoraremos entre 12 a 15 horas”.

Após a escavação do túnel vertical, a equipa de resgate trabalhará na construção de uma galeria horizontal que permita chegar ao poço onde o menino poderá estar. Na terça-feira passada, Alfonso Rodríguez Gomes de Celis, delegado do Governo na Andaluzia, tinha dado um prazo de 48 horas para Julen ser encontrado. Desde essa data, passaram outras 48 horas de muita frustração para os trabalhadores no local e familiares do menino. Os atrasos deveram-se, principalmente, às características do terreno, situado na serra de Totalán. Múltiplos tampões de terra húmida e rochas impediram as perfuradoras de penetrar os 80 metros necessários.

Nacho Sanchéz, jornalista do El País, mostrou no Twitter a "gaiola" que será utilizada para baixar os mineiros que escavarão o túnel paralelo até ao local onde se pensa que Julen esteja. Os homens sairão da estrutura metálica a 72 metros de profundidade e terão de escavar um corredor com três metros de comprimento. 

Alteração de estratégia

No domingo, foram encontrados pedaços de cabelo que, na quarta-feira, depois da prova de ADN, se confirmaram pertencer ao menino e corroboraram a teoria de que o pequeno Julen teria caído naquele buraco. A complexidade da operação é de tal ordem que esta é já a terceira estratégia delineada pela equipa de socorro.

Na segunda-feira, um camião de bombeamento foi levado ao local para tentar extrair um dos tampões de terra que impediam a perfuração. Essa alternativa provou ser demasiado lenta. Depois, a equipa de socorro começou a trabalhar na abertura de um orifício lateral na horizontal, com 50 a 80 metros de comprimento, na tentativa de aproveitar um declive natural. Pela segunda vez, as rochas encontradas pela equipa impediram que a operação fosse realizada desta forma.

O pai do menino, José, mostrou a sua frustração numa entrevista ao Programa de Ana Rosa, magazine matinal do canal Telecinco: “Muitos tweets, muitos tweets de apoio, muitos votos, mas meios, nenhuns. Sabe o que é esperar 30 horas para que tirem o seu filho de um poço? “Não digam: ‘Vem daí o presidente da câmara nem nada.’ Digam o que estão a fazer aqui, que não estão a fazer nada”.

As operações de resgate, lideradas pela Guarda Civil. Contam com mais de uma centena de operacionais no local e com a ajuda de várias empresas privadas. O poço estava sem protecção e sinalização num terreno sem demarcação, na serra de Totalán, em Málaga.    

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