Hikari: um mergulho no espaço “íntimo”, “insólito” e “proibido” do Japão

©Pedro Medeiros
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Não há fotografia sem luz. Hikari, palavra que significa luz em japonês, é também o nome do projecto do fotógrafo Pedro Medeiros que resulta de dois anos de vivências na cidade de Quioto. As 50 fotografias da exposição, que está patente até 19 de Janeiro na Sala da Cidade, no Antigo Refeitório do Mosteiro de Santa Cruz da Câmara Municipal, em Coimbra, são fruto de longas caminhadas, de seis e sete horas por dia, pela cidade, "procurando (...) aquilo que é o Japão antigo e percorrendo, também, o lado urbano", disse à RTP2. "Paredes meias com esse Japão milenar, secular, encontramos a fábrica da Nintendo", exemplifica. Hiraki tem base nessa dicotomia e no diálogo que o fotógrafo estabelece entre espaço privado e público, em Quioto, em busca do lado "íntimo", "insólito" e "proibido" do Japão.

Existe, segundo Medeiros, "dramatismo" no quotidiano dos japoneses, algo que considera "absolutamente fascinante" e que tentou capturar com a câmara fotográfica de 35 milímetros que se tornou a "extensão orgânica" do seu próprio corpo durante o desenvolvimento do projecto. A proximidade física com o objecto retratado foi, então, uma constante. "Houve vezes em que estive a fotografar a um metro das pessoas. Eu sinto a preocupação de estar imerso na cultura da qual quero fazer parte, quero estar próximo desta condição humana; quero percebê-la e comunicar com ela, não como um voyeur, mas como alguém que faz efectivamente parte dela."

A exposição, que estará, entre Março e Maio, no Centro Português de Fotografia, no Porto, e entre Julho e Setembro no Arquivo Fotográfico de Lisboa, é acompanhada pela edição de um livro homónimo com a chancela do Grupo Almedina.

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