Câmara insiste em pôr parquímetros na zona Ocidental do Porto

Proposta vai ser votada na próxima reunião de câmara e prevê instalação de parquímetros para três mil lugares de estacionamento. Medida deverá custar 2,24 milhões de euros.

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Em causa estão três mil lugares de estacionamento na zona ocidental da cidade Adriano Miranda

A ideia não é de hoje e a reprovação na Assembleia Municipal (AM), em Outubro, não a esmoreceu. Na próxima terça-feira, a Câmara do Porto vai levar novamente à reunião camarária uma proposta de abertura de concurso público para instalação de parquímetros na zona Ocidental do Porto, na união de freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde. Em causa estão três mil lugares, num máximo de 150 parquímetros, e o executivo de Rui Moreira reservou 2,24 milhões de euros para pôr a medida sob rodas por um período máximo de três anos. Faltará, depois, a aprovação da AM.

Na proposta, assinada pela vereadora Cristina Pimentel, defende-se que esta medida vai “beneficiar a qualidade de vida da população residente nesta União de Freguesias” e “beneficiar os comerciantes que vêem no estacionamento anárquico e prolongado durante o dia um óbice ao desenvolvimento do tecido económico local.”

O executivo de Rui Moreira espera ainda que os parquímetros viabilizem a “construção de novos parques de estacionamento subterrâneos”, que sem a taxação do estacionamento à superfície não teriam nesse investimento um negócio válido.

Num comunicado da autarquia explica-se que este alargamento de estacionamento pago “não será feito com o actual concessionário que opera na zona central da cidade”. Será a própria autarquia a contratar os serviços necessários, como instalação da tecnologia e sua manutenção, explicam, recordando que a mudança nas regras dos lugares de estacionamento privativo e das zonas de estacionamento de duração limitada (ZEDL), no início do ano, deu luz verde à instalação de parquímetros em toda a cidade.

Taxar estacionamento, esperam, deverá diminuir a “dependência do transporte individual em benefício de outros modos de transporte mais integrados e sustentáveis”. Assim o comprova a experiência noutras zonas da cidade, argumentam, dando os exemplos da instalação de zonas de estacionamento de duração limitada ​(ZEDL) no Foco e Bessa Leite.

Citando os dados dos últimos censos, a proposta mostra a ainda elevada dependência dos portuenses relativamente ao transporte individual. Mais de metade dos moradores (52%) usam carro para se deslocarem para o trabalho ou escola e apenas 26% usam o transporte colectivo. E aqui a diferença entre o Ocidente e o resto da cidade é significativo, com esta zona da cidade junto ao mar a usar muito mais o automóvel.

Se a medida for implementada, os moradores da zona poderão, como acontece na restante cidade, assinar uma avença anual pelo valor de 25 euros (e outros 25 por um segundo veículo), estando os cidadãos com deficiência isentos de qualquer pagamento. O número de horas diárias cobradas nas ZEDL sofreu alterações recentemente. Aos sábados, entre as 11h e as 16h, deixou de ser gratuito o estacionamento no centro da cidade. Por outro lado, de segunda a sexta-feira houve uma redução de duas horas no horário em que é obrigatório pagar para estacionar nas áreas com parquímetros, passando a ser cobrado entre as 9h e as 19h.

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