Maggie Rogers, a próxima sensação mundial da música

Admiro profundamente esta jovem, por ter tido a coragem de sair da sua zona de conforto e enfrentar os tubarões. Por fazer aquilo que, sinceramente, considero ser o único caminho para um cantor ter sucesso no mundo da música: ser um tudo em um. Ela toca, ela escreve, ela edita.

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É comum dizermos ano novo, vida nova. E a verdade é que muitos dos nossos músicos favoritos levaram o provérbio a sério, para o bem das nossas papilas auditivas. Maggie Rogers é uma delas e lança o seu álbum de estreia já na sexta-feira, 18 de Janeiro.

É certo que para uma grande maioria em Portugal a cantora-sensação é ainda uma desconhecida, mas não para quem está atento a publicações como a Pitchfork. Nos Estados Unidos, e já um pouco pela Europa, Maggie é aclamada pela crítica, que a apresenta como a próxima sensação mundial na música.

Este primeiro álbum, Heard in a Past Life, contempla algumas músicas que já apaixonaram milhares de seguidores em todo o mundo — aliás posso dizer que Light On foi a minha música de 2018. Mas como os ouvidos portugueses ainda não foram adoçados com a sua voz, vamos mergulhar na sua história. Maggie Rogers (Margaret Debay Rogers) nasceu a 25 de Abril de 1994 numa zona rural dos EUA, em Maryland. Iniciou-se na música a tocar harpa com apenas sete anos, seguindo-se a aprendizagem do piano e da guitarra. Começa bastante cedo a escrever as suas próprias canções e auto-edita na própria casa os seus primeiros álbuns: Echo, em 2012, e Blood Ballet, em 2014, após uma passagem por um curso de Verão em Boston. São álbuns com uma grande influência folk, típico da região de onde é natural.

Entretanto, contactou com a música electrónica durante a sua estadia em França, o que contribuiu para chegar ao electro-folk que revela em Alaska, a canção que a fez saltar para a fama em 2016. Uma música que foi escrita inacreditavelmente em apenas 15 minutos no decorrer de uma masterclass de Pharrell Williams, no Clive Davis Institute da Universidade de Nova Iorque. O cantor emocionou-se com o talento de Maggie, como se pode ver num vídeo, publicado no YouTube, que percorreu o globo. Um ano depois, em Fevereiro de 2017, lançava o EP Now the light is fading. Entretanto, lançou no último ano Fallingwater, Give a Little e Light On, canções do álbum que vamos poder ouvir a 18 de Janeiro, Heard in a Past Life.

A cantora de 24 anos tem vindo a reflectir sobre as mudanças na sua vida, neste caminho que a lançou para a ribalta tão jovem. Disse em Julho à DIY Magazine: "A minha música é sobre mudança e transição e como pode ser fantástico mas aterrorizante com tudo o que envolve o durante.Já sobre o género musical a que pertence diz-nos que não podemos colocar a sua música num só género como alt rock, indie-pop ou até electro-folk. Acrescenta que nenhuma destas categorias a preenche: " Eu alcancei um ponto onde desejava fazer mais música mas não sabia o que pretendia, então deixei de pensar a música por género e fui para o estúdio ser apenas criativa. Agora escrevo por instinto."

Admiro profundamente esta jovem, por ter tido a coragem de sair da sua zona de conforto e enfrentar os tubarões. Por fazer aquilo que, sinceramente, considero ser o único caminho para um cantor ter sucesso no mundo da música: ser um tudo em um. Ela toca, ela escreve, ela edita.

Rogers está claramente em processo de se tornar a próxima sensação global. Já no final de 2018, actuou no Reino Unido com os Mumford and Sons. Em Junho deste ano vai subir ao palco com Hozier, na Irlanda, e vai fazer a digressão mundial do seu álbum.

Por cá, entretanto, esperemos que os promotores dos nossos grandes festivais reparem na cantora de voz doce, aguda e com acordes invulgares, porque não tenho dúvidas que nos vai apaixonar a todos. Eu já estou conquistada e tenho a Light On para estar na primeira fila desse futuro concerto, nem que tenha que viajar até ao Alaska para a ouvir.

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