Obras do centro judaico de Cascais avançam este ano

Vai chamar-se Jewish Life and Learning Center (Centro de vida e aprendizagem judaico, em tradução livre) e vai incluir uma biblioteca, centro de investigação e zona de culto.

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Rita Franca

As obras para a construção de um “centro de aprendizagem judaico” na Costa da Guia, em Cascais, vão avançar ainda este ano. O Jewish Life and Learning Center (Centro de vida e aprendizagem judaico, em tradução livre), assim se chamará, consta na lista de projectos a decorrer durante este ano na vila de Cascais, que foram apresentados esta quinta-feira. 

O espaço “será dedicado aos estudos judaicos e à história judaica, aberto à comunidade e composto por uma biblioteca, salas de aulas, espaços para reunião e oração”. E nascerá numa parte do terreno, que actualmente é um descampado, junto a uma zona verde, com parque infantil. A construção deste centro tem sido contestada por um grupo de moradores da Costa da Guia, que temem perder aquele espaço verde. 

A Câmara de Cascais formalizou, a 18 de Maio de 2017, a cedência de cinco mil metros quadrados para construção do edifício à Associação Chabad Portugal, que ficará responsável pelo centro. Em contrapartida, a Chabad Portugal pagará uma renda mensal de 744 euros à Câmara de Cascais por um período de 50 anos. 

O movimento SOS Costa da Guia, que está contra o projecto, lançou, inclusive, uma petição de oposição à obra, alegando que se iam construir “grandes muros” e que esta construção impediria a plena fruição do jardim. Para este terreno, chegou a ser equacionada a construção de um edifício da igreja católica. No entanto, o projecto não avançou e o terreno passou, em 2016, para as mãos do município. 

No entanto, esta obra, no entender da Associação Chabad “mostra a sua vontade em criar um espaço de tolerância e de diálogo cultural, e em promover a melhoria do espaço envolvente”. 

Na apresentação desta quinta-feira, o rabi Eli Rosenfeld destacou a construção da biblioteca, onde se poderão consultar documentos históricos sobre a comunidade e herança judaica de Portugal, nomeadamente escritos dos séculos XV e XVI.

O que a associação quer ali, notou o rabi, é “criar um espaço para o diálogo cultural e para a tolerância”. E aproveitou também para responder a algumas críticas que têm sido apontadas ao projecto, sublinhando que o espaço foi projectado "de forma harmoniosa com o meio envolvente" e que houve "uma forte preocupação em preservar os espaços verdes circundantes". A Associação Chabad Portugal diz querer plantar cerca de duas dezenas de pinheiros e replantar a palmeira existente e "facultar aos cidadãos o aproveitamento destes espaços para zonas de lazer e passeio".

Segundo anunciou o rabi Eli Rosenfeld, o projecto prevê também a criação de um "jardim sensorial" numa área de aproximadamente 1.380 metros quadrados. Estará aberto gratuitamente ao público, e será desenhado para acolher quem tem necessidades especiais. 

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