Aveiro: Associação exige discussão pública do projecto da Avenida

MUBi considera fundamental que se debata a intervenção prevista pela autarquia. E não está sozinha nessa “batalha”

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ADRIANO MIRANDA

A secção de Aveiro da MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta exige que a câmara municipal sujeite o projecto de qualificação da Avenida Dr. Lourenço Peixinho a discussão pública. “Apenas por falta de vontade política tal não seria possível, com os consequentes prejuízos para o projecto, a avenida e a cidade de Aveiro”, realçam os responsáveis desta associação, em comunicado. Também o promotor da petição em defesa da ciclovia na avenida emitiu uma “carta aberta” a defender que o projecto “ainda vai a tempo de ser discutido e corrigido”.

A tomada de posição da MUBi surgiu em reacção às declarações prestadas por Ribau Esteves, presidente da câmara municipal, ao PÚBLICO, a propósito da petição em defesa da ciclovia. Segundo a associação, “ao contrário do que afirmou” o edil aveirense, “não houve ainda qualquer discussão pública relativa a este projecto”.

“Houve, sim, apenas uma sessão de apresentação do PEDUCA - Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano da Cidade de Aveiro, em 17 de Março de 2018”, nota a MUBi, acrescentando que, no encontro, muitos dos presentes manifestaram “as suas preocupações e descontentamento para com o que foi apresentado sobre a intervenção para a Avenida”. Especialmente no que dizia respeito “à ausência de vias dedicadas para bicicleta e na proposta de via partilhada entre veículos de transporte público e bicicletas”, é acrescentando na mesma nota.

A secção local da associação de mobilidade ciclável diz ser ainda de “lamentar a falta de visão, ou de coragem política, do executivo camarário, e a sua manifesta oposição às tendências mundiais e às reconhecidas boas práticas de mobilidade e urbanismo” nesta intervenção que, frisam, “marcará a Avenida durante décadas”.

Antes desta tomada de posição da MUBi já o promotor da petição em defesa da ciclovia na Lourenço Peixinho, Ivo Angélico, havia criticado a falta de discussão pública em torno da intervenção. “O projecto está inacabado e ainda vai a tempo de ser discutido e corrigido”, argumentou, numa carta aberta aos líderes das concelhias dos partidos representados na assembleia municipal, ao presidente da câmara e aos aveirenses.

Nesta quinta-feira, a associação Ciclaveiro deu, igualmente, nota da sua discordância em relação ao projecto da avenida – num comunicado em que criticam também os planos da autarquia para o Rossio. No entender desta colectividade, a solução da via partilhada por bicicletas e transportes públicos “viola as mais básicas directrizes técnicas, só sendo aceitável quando outras são tecnicamente inviáveis”. “A cidade e os seus cidadãos merecem e exigem da autarquia decisões bem fundamentadas e acertadas e que garantam medidas equitativas que demonstrem claramente uma intenção de mudar o paradigma da mobilidade em Aveiro”, reclamam.

Não obstante todas estas tomadas de posição, o presidente da autarquia, Ribau Esteves, insiste que “a discussão começou em Dezembro de 2016” e a câmara esteve “a receber ideias e propostas”. “Agora, o projecto da Avenida está em fase final do projecto de execução. Não podemos ficar o tempo todo a carregar ideias”, argumentou.

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