Já podes ir a Pequim “partir a loiça toda”

Jason Lee|REUTERS
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Em poucos segundos, a estudante de 16 anos Qiu Siyu esmagou um velho auto-rádio com um bastão; os seus dois amigos destruíram telefones, colunas de som, tachos e manequins. "Sabe tão bem quando arremesso as garrafas e as vejo explodir", disse, docemente, à Reuters. Em conjunto, os três estudantes pagaram 20 euros por meia hora na "sala da ira" de Pequim — preço que inclui todo o equipamento de protecção, o uso dos bastões, os objectos que serão destruídos e a escolha da música de fundo. Qiu sabe exactamente por que decidiu visitar a Smash. A raiva e a frustração que acumula na escola precisam de ser libertadas.

O negócio abriu portas com o objectivo de dar aos habitantes da megalópole chinesa a possibilidade de libertar os seus impulsos mais violentos; mas a ideia não é promover a violência, explica Jin Meng, co-fundadora do negócio, à agência noticiosa. "Criámos um lugar seguro onde as pessoas podem libertar toda a energia negativa", refere. A empresária recorda o caso de uma mulher que trouxe, para o interior da loja, o álbum de fotografias do seu casamento. "Encorajamos os nossos clientes a trazerem coisas suas para destruir", explica.

Liu Chao é apenas um dos 600 clientes que mensalmente visitam a Smash, em Pequim. O homem de 32 anos parece relaxado e satisfeito após a sua sessão. "Se tiveres dinheiro, podes partir o que quiseres — podes destruir televisões, computadores, garrafas, móveis, manequins. A única coisa que não podes fazer é bater em alguém."

Desde que abriram, em Setembro de 2018, os clientes da Smash partiram, em média, 15 mil garrafas por mês. A expansão do negócio está no horizonte dos criadores da empresa, que pretendem replicar o modelo e instalá-lo no interior de um centro comercial. Existem negócios semelhantes noutros locais do mundo. Em Portugal, é possível libertar a ira no Smash It Room, em Benfica.

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