Marco Martins contra Moreira: mudanças de trânsito no Porto prejudicam gondomarenses

Presidente da Câmara de Gondomar queixa-se de falta de diálogo e diz que passagem de término de linhas que chegavam ao centro do Porto para o Dragão prejudicam os seus munícipes

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Vários passageiros passam a fazer transbordo junto ao estádio do Dragão Paulo Pimenta

O presidente da câmara de Gondomar lamentou esta quarta-feira a falta de diálogo com a Câmara do Porto que decidiu que vários operadores de transportes privados vão deixar de levar os passageiros até ao Bolhão, ficando no Dragão.

"A solução apresentada pela Câmara do Porto continua a prejudicar os utentes de Gondomar e a não servir os interesses respectivos. A Câmara de Gondomar lamenta que as propostas por si apresentadas não tenham sido acolhidas nem existido diálogo por parte da Câmara Porto para encontrar alternativas", lê-se numa declaração escrita enviada à agência Lusa pelo presidente socialista, Marco Martins.

A Câmara do Porto anunciou que 13 linhas de operadores de transportes públicos vão a 5 de Fevereiro ficar impedidos de entrar no centro do Porto, deixando os passageiros na estação de metro do estádio do Dragão.

Os condicionamentos, motivados em parte pela obra de recuperação do Mercado do Bolhão, vão tirar os autocarros privados e "um total de nove mil passageiros" dos terminais actualmente existentes na rua Alexandre Braga e no Campo 24 de Agosto, transferindo as paragens para a zona do Dragão, com estacionamento para 840 automóveis e uma estação de metro que funciona "aquém da capacidade", explicou o presidente da autarquia, Rui Moreira, em conferência de imprensa.

Em causa estão, por exemplo, situações de autocarros com trajectos provenientes de concelhos vizinhos do Porto, sendo que de acordo com Marco Martins, em Gondomar são afectadas as freguesias de Rio Tinto, Fânzeres e Baguim que tem acesso ao Porto via corredor de São Roque através das linhas 55, 69 e 70 da Gondomarense.

"Continuam a ser prejudicadas, agravado pelo facto de a STCP ter a sua capacidade esgotada. A Câmara de Gondomar mantém o entendimento de que estamos perante alterações de percurso, que devem ser aprovadas pela autoridade de transportes, a Área Metropolitana do Porto", referiu o autarca.

Na segunda-feira, a propósito desta medida, que até aí não tinha sido oficializada, Marco Martins disse à Lusa que tinha reunido com responsáveis da Câmara do Porto no início de Dezembro e aguardava respostas a alternativas e sugestões feitas por Gondomar e agora veio criticar o silêncio da autarquia liderada pelo independente Rui Moreira.

"Gondomar apela novamente ao bom senso da Câmara do Porto e continua a defender que a melhor alternativa ao Bolhão, para todas as linhas da área urbana, é o Campo 24 de Agosto", defende Marco Martins, sublinhando que "continuará a defender os interesses da sua população e a defender medidas de promoção da mobilidade".

Esta medida anunciada hoje pela Câmara do Porto também já gerou comunicados de forças políticas com o PCP de Gondomar a considerar que este concelho "é um dos principais pólos urbanos da Área Metropolitana do Porto" e a apontar que, no entanto, este é "dos piores servidos" em termos de transportes públicos.

A agência Lusa repetiu o pedido feito segunda-feira à Câmara do Porto sobre possíveis esclarecimentos e reacção às críticas, mas não obteve resposta até ao momento.

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