Há que contar com um Tomas Berdych sem dores

Checo afastou Robin Haase do Open da Austrália e continua sem sofrer breaks no torneio.

Foto
LUSA/RITCHIE TONGO

As dores nas costas já afectavam as exibições de Tomas Berdych há algum tempo quando o checo disse “não”. Terminou a época em Junho e não pôde competir nos dois últimos majors do ano, Wimbledon e US Open, saindo do top 20 do ranking que integrou ininterruptamente durante 12 anos – seis dos quais no top 10, onde entrou um dia depois de ter perdido a final de Wimbledon de 2010 e teve como ponto alto o quinto posto, cinco anos mais tarde. Durante a paragem, na qual comemorou o 33.º aniversário, Berdych chegou por momentos a considerar passar à reforma, mas felizmente não foi submetido a nenhuma cirurgia e, em meados de Outubro, já estava a treinar-se. Os quatro encontros que venceu até à final do Qatar Open na primeira semana da época sossegaram-no.

“De momento, o meu corpo está a responder. Dei-lhe descanso e agora ele está a aguentar… vamos ver até quando”, afirmou o checo, agora 77.º do ranking, depois de eliminar Kyle Edmund (14.º). Depois de derrotar o semifinalista do ano passado, cedendo oito jogos e somando 37 winners, Berdych fez melhor na segunda ronda: ultrapassou Robin Haase (49.º), por 6-1, 6-3 e 6-3 e continua sem sofrer breaks.

Se perdesse na primeira ronda, teria saído do top 100. “Tenho um grande desafio pela minha frente que nunca, na minha carreira, experienciei. Após 15, 16 épocas, estou ansioso por algo novo e situações novas, é entusiasmante”, afirmou Berdych. Motivação e experiência – o checo chegou aos quartos-de-final em sete das últimas oito presenças em Melbourne Park e, por duas vezes, em 2014 e 2015, só foi travado nas meias-finais – fazem dele um adversário a evitar. Mas será o próximo oponente de Diego Schwartzman (19.º). O argentino de 26 anos recuperou de 1-4 no quinto set para eliminar Denis Kudla (62.º), ao fim de quatro horas: 6-4, 7-5, 3-6, 6-7 (6/8) e 6-4.

Afastado ficou Kevin Anderson (6.º), que chegou a liderar o duelo com Frances Tiafoe (39.º), por 6-4, 3-0. Mas o norte-americano de 20 anos, finalista das últimas NextGen Finals, reagiu e o sul-africano sentiu a importância do momento quando serviu no quarto set a 5-5. Uma dupla-falta deu o break a Tiafoe, que aproveitou para concretizar a melhor vitória da carreira (ou segunda).

“A minha melhor vitória foi sobre Del Potro em Delray Beach, porque ele era o meu ídolo. Mas nunca senti nada assim num encontro de ténis. O facto de ser um Grand Slam, o segundo cabeça de série que derroto, obviamente um jogador do top 5, é muita coisa”, afirmou Tiafoe, vencedor pelos parciais de 4-6, 6-4, 6-4 e 7-5.

Rafael Nadal (2.º), Roger Federer (3.º) e Karen Khachanov (11.º) venceram em três sets, Marin Cilic (7.º), Stefanos Tsitsipas (15.º) e Grigor Dimitrov (21.º) em quatro. Alex de Minaur (29.º) precisou de cinco sets para afastar o suíço Henri Laaksonen (166.º), que eliminara João Domingues na última ronda do qualifying.

João Sousa, que tem o encontro da segunda eliminatória de singulares agendado para a próxima madrugada, frente ao alemão Philipp Kohlschreiber (32.º), estreou-se na prova de pares, ao lado de Leonardo Mayer, e logo com uma vitória retumbante, sobre os espanhóis Marc e Feliciano López, cabeças de série n.º14, por 6-3, 6-7 (1/7) e 6-3.

No torneio feminino, Kiki Bertens (9.º) foi afastada pela experiente Anastasia Pavlyuchenkova (42.ª). A russa, que já foi quarto-finalista em todos os Grand Slams, somou a terceira vitória sobre uma top 10 num major, pelos parciais de 3-6, 6-3 e 6-3.

Angelique Kerber, Caroline Wozniacki, Petra Kvitova, Sloane Stephens, Aryna Sabalenka, Ashleigh Barty e Maria Sharapova venceram em dois sets.

Sugerir correcção
Comentar