Autoridades portuguesas e belgas desmantelam rede internacional de casamentos de fachada

20 pessoas foram detidas por suspeitas de estarem envolvidos numa rede de casamentos fachada que recrutava mulheres portuguesas para se casarem com homens paquistaneses.

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daniel rocha

Duas dezenas de pessoas foram detidas nesta terça-feira em Portugal e na Bélgica por suspeitas de envolvimento numa rede internacional de casamentos de fachada para conseguir vistos, divulgou a Europol.

O organismo europeu de polícia refere que foram detidas 17 pessoas na Bélgica e três em Portugal que pertencerão a um grupo de crime organizado que recrutava mulheres portuguesas para se casarem com homens paquistaneses que nunca tinham visto antes a troco de "vários milhares de euros".

A intervenção das autoridades dos dois países, que constituíram uma equipa conjunta entre a Polícia Federal Belga e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras português, aconteceu esta terça-feira em Lisboa e no Algarve e nas cidades belgas de Ieper e Bruxelas.

Em Portugal, as autoridades detiveram três pessoas, fizeram nove buscas domiciliárias e apreenderam telemóveis e computadores.

Na Bélgica, foram detidas 17 pessoas em 18 buscas domiciliárias, em que foram descobertos 43 paquistaneses em situação irregular.

Depois dos casamentos, os casais viajavam para a Bélgica, onde as mulheres se empregavam em empresas alegadamente de fachada, cujas acções compravam para permitir aos maridos a permanência na União Europeia, a obtenção de vistos de residência e de prestações sociais.

As mulheres dos casais transferiam entre si a propriedade das acções para possibilitar outros recrutamentos.

De um modo geral, as mulheres regressavam a Portugal e só voltavam à Bélgica ocasionalmente, para controlos policiais e das autoridades de imigração belgas.

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