Ford e Volkswagen aliam-se para reduzir custos na "era da revolução tecnológica"

A parceria vai passar pelo desenvolvimento em conjunto de veículos comerciais, mas também envolverá a partilha de recursos na construção de automóveis eléctricos.

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LUSA/JOHN G. MABANGLO

A Ford e a Volkswagen anunciaram que vão mesmo aliar-se na produção de automóveis. A parceria tem como objectivo reduzir os custos de produção na era da revolução tecnológica que está abalar a indústria e a desacelerar as vendas.

Já existiam rumores de que as duas gigantes da produção automóveis se poderiam juntar para "apoiar o crescimento dos veículos comerciais", mas só esta terça-feira foram avançados detalhes sobre a aliança.

As empresas vão começar a desenvolver veículos comerciais de porte médio, mas a parceria passará também pela partilha de recursos em carros autónomos e eléctricos. A Ford e Volkswagen estarão agora a competir com gigantes tecnológicos como o Google à medida que os avanços na tecnologia redefinem o sector do transporte.

Citado pelo The Guardian, o director executivo da Ford afirmou que "com o tempo esta aliança ajudará as duas empresas a criar valor e a atender às necessidades dos nossos clientes e da sociedade". Na North American International Auto Show em Detroit, Jim Hackett ​disse ainda que o acordo daria às empresas a oportunidade de colaborar e criar a próxima "era da mobilidade". 

A aliança é a maior do género no sector e acontece numa altura em que ambas as empresas anunciam dificuldades. No início de Janeiro, a Ford dizia que ia proceder ao corte de pessoal e ao fecho de fábricas na Europa. Em entrevista à Bloomberg, Hackett dizia que a decisão da Grã-Bretanha de deixar a União Europeia prejudicou a evolução da empresa na Europa.

A Volkswagen também tem tido os seus próprios problemas para resolver, como a crise após a revelação da fraude com os gases poluentes. Segundo a Reuters, só a retoma de cerca de 350 mil veículos representou, até ao início deste ano, um gasto de 7,4 mil milhões de dólares.

Ambas as empresas foram atingidas pela diminuição nas vendas de veículos a diesel e pela desaceleração do mercado chinês, o maior de compra de carros do mundo.

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