China corta impostos para contrariar abrandamento

Autoridades chinesas preparam estímulos para reagir aos sinais negativos que têm surgido na indústria e no comércio. Economia cresceu 6,6% em 2018, o valor mais baixo em 28 anos.

Foto
Reuters/JASON LEE

Assustados com o efeito negativo que a guerra comercial com os Estados Unidos já está a ter na economia, os líderes chineses estão a preparar medidas de estímulo que incluem cortes de impostos para as empresas e um aumento do investimento das regiões.

Numa série de comunicados, as autoridades chinesas revelaram esta terça-feira os seus planos para contrariar os sinais de abrandamento que a economia começou a dar no final de 2018. Em particular, o ministério das Finanças revelou que irá proceder a cortes nas taxas de impostos mais acentuados do que aquilo que era esperado e reforçar o nível dos créditos fiscais, numa tentativa de beneficiar principalmente as contas das pequenas e médias empresas.

Ao mesmo tempo, o vice-presidente da Comissão para o Desenvolvimento e Reforma Nacional anunciou, em conferência de imprensa, que a China irá acelerar projectos de investimento, financiando-os através de um maior recurso a endividamento por parte das regiões.

Em simultâneo, o banco central chinês garantiu que, do ponto de vista da política monetária, não irão ser lançados estímulos de grande dimensão. Ainda assim, está prevista uma redução do nível de reservas exigido aos bancos para a concessão de crédito.

Todas estas medidas acontecem numa altura em que a economia chinesa regista um abrandamento do ritmo de crescimento da produção industrial e das vendas no comércio a retalho. O governo de Pequim está preocupado que esta tendência mais negativa possa pôr em causa as suas metas de crescimento da economia e ameaçar o nível de emprego, criando condições para uma menor estabilidade social.

O abrandamento registado recentemente pode estar relacionado com as medidas adoptadas pelos Estados Unidos relativamente às exportações chinesas. A administração Trump subiu as taxas alfandegárias de diversos produtos importados na China e ameaçou alargar essa medida a mais produtos. A China retaliou com a sua própria subida de taxas. Existe agora a expectativa que os dois países possam anunciar um acordo até ao final do mês de Fevereiro, o momento em que termina a trégua acordada entre Donald Trump e Xi Jinping no final do ano passado.

Em 2018, a economia chinesa terá, de acordo com as últimas estimativas, registado uma taxa de crescimento de 6,6%, a mais baixa dos últimos 28 anos. E agora, de acordo com a Reuters, Pequim estará a planear uma redução da sua meta de crescimento para 2019 para um valor situado entre os 6% e os 6,5%. Ainda assim, se se concretizar este resultado, a China pode garantir o objectivo de duplicação do seu PIB durante a presente década.

Sugerir correcção
Comentar