Sousa levou quatro horas a chegar à segunda ronda

Novak Djokovic, Alexander Zverev e Borna Coric não cederam qualquer set na estreia em Melbourne.

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LUSA/MAST IRHAM

Não há muitos jogadores a encararem um quinto set com confiança, mas João Sousa é um deles. O tenista português precisou de mais de quatro horas para ultrapassar o amigo Guido Pella na sua estreia no Open da Austrália, mas somou a sétima vitória em 10 encontros realizados em torneios do Grand Slam e decididos no set decisivo.

“Foi um encontro muito exigente, tanto a nível físico como a nível mental e, por isso, estou muito contente com esta vitória sobre um jogador muito bom e uma pessoa com quem me dou muito bem. Já tinha perdido com ele em Roland Garros, mas hoje servi muito bem, estive acutilante e fiel ao meu estilo de jogo”, afirmou Sousa (44.º no ranking), após vencer Pella (66.º), por 7-6 (7/2), 4-6, 7-6 (7/5), 4-6 e 6-2. No set decisivo, o vimaranense cometeu somente dois erros não forçados e anulou os dois break-points que enfrentou.

“No quinto set, o João esteve ao mesmo nível dos sets anteriores, mas conseguiu ser mais agressivo nos momentos importantes e obter breaks”, explicou Frederico Marques. O treinador do número um português ficou contente com a exibição de Sousa, mas revelou que há ainda muito para fazer para continuar a evoluir. “É sempre importante vencer e ainda mais num dos torneios mais importantes do ano. Mas estamos num caminho de mudança; realizámos algumas alterações no movimento de serviço e na direita e ainda falta trabalhar muito esses aspectos para estarmos onde queremos estar. Neste momento, temos um João mais agressivo nos princípios de jogada do que em anos anteriores”, frisou Marques.

Antes de defrontar, na quinta-feira, o alemão Philipp Kohlschreiber (34.º) – com quem perdeu os dois últimos de quatro duelos disputados –, Sousa joga, na quarta-feira, em pares, ao lado de outro argentino, Leonardo Mayer.

Novak Djokovic (1.º), Alexander Zverev (4.º) e Borna Coric (11.º) não cederam qualquer set na estreia em Melbourne. Já Kei Nishikori (9.º) apanhou um susto quando viu Kamil Majohrzak (176.º) ganhar os dois sets iniciais. Mas o polaco de 23 anos, apurado do qualifying para a sua primeira presença em quadros principais do Grand Slam, colapsou fisicamente e acabou mesmo por desistir no quinto set, quando Nishikori comandava, por 3-6, 6-7 (6/8), 6-0, 6-2 e 3-0.

O japonês de 1,78m de altura vai agora defrontar Ivo Karlovic (69.º), de 2,11m. O croata somou 39 ases para derrotar Hubert Hurkacz (88.º) em quatro sets, todos eles decididos no tie-break, e é, aos 39 anos, o tenista mais velho a ganhar um encontro num Grand Slam desde 1992 (Jimmy Connors) e no Open da Austrália desde 1978 (Ken Rosewall).

Ausente da Austrália desde que conquistou o título em 2017, Serena Williams protagonizou um regresso de arrasar: venceu o set inicial em 19 minutos, cedendo somente cinco pontos, para, meia-hora depois, eliminar a amiga alemã e vizinha na Florida (e também mãe) Tatjana Maria (74.ª), por 6-0, 6-2.

Na segunda ronda, Serena reencontra Eugenie Bouchard (79.º), com quem jogou pela última vez nas WTA Finals de 2014. Nesse ano, então com 20 anos, a canadiana esteve nas meias-finais do Open da Austrália e Roland Garros e na final de Wimbledon, terminando a época no quinto posto do ranking. Nesta terça-feira, “Genie” derrotou Peng Shuai (128.º), por 6-2, 6-1, com uma exibição que confirma a sua determinação em voltar ao topo.

Naomi Osaka (4.ª), Elina Svitolina (6.ª) e Karolina Pliskova (7.ª) também venceram em dois sets, ao contrário da líder do ranking, Simona Halep que precisou de três sets (6-7, 6-4 e 6-2) para afastar Kaia Kanepi (70.ª), que a tinha derrotado na primeira ronda do último Open dos EUA.

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