Benfica passa em Guimarães rumo às meias-finais da Taça

Um golo de João Félix foi o suficiente para assegurar a qualificação dos “encarnados”, que esperam agora pelo vencedor do Feirense-Sporting.

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LUSA/OCTÁVIO PASSOS

Onze dias depois de ter substituído Rui Vitória e um dia após ter sido confirmado até ao final da época, a primeira de duas visitas (em quatro dias) ao D. Afonso Henriques seria o maior teste a Bruno Lage como treinador do Benfica e, não tendo sido uma exibição particularmente convincente, acabou com um triunfo pela margem mínima (0-1) frente ao Vitória de Guimarães, resultado que valeu o apuramento para as meias-finais da Taça de Portugal. João Félix marcou o golo que lançou os “encarnados” para um confronto nas “meias” com o vencedor do Feirense-Sporting, mas o Benfica esteve longe de ser dominador.

Os primeiros 20 minutos foram um prolongamento do estado de graça de Bruno Lage, em que o Benfica se apresentou disposto a resolver as coisas cedo e à base das mesmas armas. Antes de começar a rodar, é preciso consolidar ideias e o interino que passou a definitivo apenas mudou na baliza (Svilar em vez de Vlachodimos), dando prioridade àquelas que têm sido as suas primeiras soluções, com a mesma dupla de ataque (Félix e Seferovic) e a mesma dupla de meio-campo (Fejsa e Gabriel), com Pizzi e Zivkovic nas alas

Essa familiaridade entre os jogadores deu frutos quase de imediato. Depois de dois ameaços, um de Zivkovic logo aos 2’ e um livre de Grimaldo aos 13’, o Benfica chegou à vantagem aos 14’ numa mistura de simplicidade de processos e arte na execução. Foi uma jogada com dois protagonistas. Rúben Dias controlou a bola antes do meio-campo e viu a desmarcação de João Félix à entrada da área vimaranense. Do pé do central benfiquista, a bola atravessou o campo e foi aterrar no sítio certo. Félix dominou, esperou pela saída do guarda-redes Miguel Silva e fez o seu sexto golo da época.

A equipa da casa levou algum tempo a ajustar-se às circunstâncias do jogo, até porque Luís Castro tinha feito algumas mudanças em relação ao habitual — Tozé, castigado, não estava disponível, por exemplo, mas estava Joseph Amoah, um dos melhores em campo, a fazer a sua terceira aparição da época.

Depois do período de adaptação, o Vitória foi igual a si próprio, mais próximo da equipa que já derrotara este ano o FC Porto e o Sporting. Com superioridade na zona intermédia, os jogadores da casa tiveram o duplo mérito de impedir a construção “encarnada” e lançarem-se com critério rumo à baliza de Svilar.

Tivessem tido mais alguma clarividência e o sentido do marcador poderia ter mudado antes do intervalo. Mas todas as aproximações tiveram sempre uma componente defeituosa. Um bom exemplo aconteceu aos 18’, quando, numa situação de quatro para quatro no ataque, Davidson optou pelo remate de longe e sem causar grande perigo. Alexandre Guedes (22’), Rafa Soares (39’) e Mattheus Oliveira (45’) tiveram espaço e tempo para rematar, mas nem chegaram a assustar o jovem belga na baliza “encarnada”.

Para a segunda parte, Lage recuperou outro dos “proscritos” da era Rui Vitória, lançando Samaris para o lugar de Fejsa. Mas o perfil do jogo não mudou. O Benfica já tinha recuado a meio da primeira parte e continuou lá atrás; o Vitória continuou a tentar fazer os possíveis para chegar, pelo menos, ao prolongamento, mas os “encarnados” formaram uma muralha intransponível até ao fim, se bem que com algumas fissuras ocasionais que podiam ter custado caro.

O mais perto que os vimaranenses estiveram do golo na segunda parte foi aos 66’, numa jogada individual de Ola John, que levou a bola até à linha final e fez o cruzamento, com Davidson a rematar ao lado. Depois, foi um Benfica a gerir e a gerir bem até ao final para o terceiro triunfo em três jogos na era Lage. O pior já tinha passado e o Vitória foi perdendo discernimento, mas jogar em contenção durante tanto tempo nem sempre resulta. Na sexta-feira há mais.

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