Principal adversário de Netanyahu quer mudar lei que discrimina quem não é judeu

Benny Gantz, antigo chefe do Exército, faz primeira declaração política: quer mudar a lei do "Estado nação", que define Israel como um país para judeus.

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Benjamin Netanyahu, o soldado Gilad Sahlit, então libertado num acordo com o Hamas, e Benny Gantz, em 2012 Ariel Hermoni/ARQUIVO

Quase um mês depois de anunciar a criação do seu partido, chamado Resiliência, o antigo chefe do Exército de Israel, Benny Gantz, falou pela primeira vez sobre política. O assunto escolhido foi a polémica lei do Estado Nação, que declara Israel como “pátria histórica do povo judaico” e dá apenas aos judeus “o direito à autodeterminação nacional”.

Gantz prometeu reverter esta lei num encontro de líderes drusos, uma minoria bastante presente no exército do Estado hebraico (ao contrário dos árabes israelitas que não prestam serviço militar).

O candidato vem a ser apresentado pela imprensa israelita como um dos principais desafios ao actual primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu. Este permanece à frente nas sondagens apesar de quatro investigações por suspeitas de corrupção em que a polícia recomendou que fosse acusado, e mesmo o desafio de Gantz parece ser relativo: no último inquérito o Likud, partido de Netanyahu, ganharia cerca de 30 lugares no Parlamento de 120; o Resiliência de Gantz apenas cerca de 14).

Até agora, o candidato vinha a manter-se em silêncio. O jornalista do Ha’aretz Yossi Verter comentava que esta era uma estratégia que estava a funcionar.

A primeira declaração do segundo classificado nas sondagens levou a que os outros partidos se posicionassem em relação a ele: os de direita dizendo que Gantz revelara finalmente a sua face de esquerda, os opositores de Netanyahu dizendo que se realmente quer mudar a lei, para não considerar entrar em qualquer coligação com Netanyahu.

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