Marcelo surfista na crista do canhão da TVI bateu Mcnamara

Sem televisão os portugueses não saberiam escolher. Sem Marcelo que seria do surf? Bem hajam no país de tantos basbaques.

Na mensagem de Ano Novo Marcelo convocou os portugueses a participarem nas eleições que se vão realizar este ano, destacando o seu significado mais profundo em termos de escolhas para o futuro.  

De facto, em 2019 realizar-se-ão três atos eleitorais. Seria adequado, dado que as próximas são já em maio, que os partidos políticos, os media e os portugueses estivessem minimamente interessados nos programas e ou propostas dos que serão candidatos. Ainda mais incentivados pelo vibrante apelo do PR.

Os portugueses, no início deste ano, já tinham sido sacudidos da sua letargia decorrente das festas natalícias por uma tempestade de ideias que jorraram da entrevista da TVI a Mário Machado, especialista em mecenato, e da esperada e desesperada estreia na SIC do programa da Cristina Ferreira, após as suas férias de sumptuoso luxo nas Maldivas.

A nossa Lady Di escolheu para a glamorosa estreia o inebriante Luís Filipe Vieira que se apresentou bem-disposto a jogar à bisca com a senhora.

E para que ninguém tivesse dúvidas acerca da importância daquele conclave a dois, juntou-se via telefone Marcelo que intervalou no meio de uma reunião para desejar as maiores felicidades à fugitiva da TVI.

Em boa verdade qualquer reunião (salvo se outros forem os regulamentos) é passível de um intervalo.

Aceita-se assim que Marcelo intervale. Como não fuma, dado o seu frenesim, aceita-se também, em ano com três eleições, que ele, na esteira da sua mensagem de Ano Novo, entre nas discussões relevantes, não tivesse deixado sozinhos os dois grandes pensadores da manhã da SIC.

O programa foi marcado por uma revelação totalmente inesperada - a promessa de Luís Filipe Vieira de ter um novo treinador que poderia ser Mourinho que só o soube pela imprensa. Explicou a mágoa pelos lenços brancos e, qual adivinho, augurou que os benfiquistas ainda se vão arrepender de ele (Vieira) ter mandado o Vitória para as areias quentes da Arábia Saudita. E deixou implícita a sua recusa em tornar definitiva a escolha provisória.

No outro canal Luís Goucha bem se tinha esfarrapado para passar a perna à Cristina, tendo levado para o seu “programa” Mário Machado, conhecida personalidade do mundo da bondade, repleto de condecorações conferidas nas prisões por onde passou dada as opiniões controversas de sua autoria.

O ano tinha terminado (lembram-se?) com Marcelo a alertar para os perigos das disputas eleitoralistas e populistas, e começou o novo com o apelo ao debate sereno e cívico para defender o regime democrático.

Ora aqui estamos nós entre a SIC, TVI, RTP e CMTV ungidos por grandes debates acerca das condições em que os portugueses vivem, a importância do Parlamento europeu, as consequências do "Brexit", o futuro da "geringonça" e as escolhas da Madeira.

O que vale o anúncio de três ou quatro novas estações de metro em comparação com a nova cláusula de rescisão de Eder Militão? Ainda se António Costa seguisse o conselho de Assunção Cristas e mandasse abrir vinte novas estações de metro… Resta-nos a saga da luta mortal entre Montenegro (nome de espadachim) e Rio, o conciliador.

Razão tinha Marcelo na sua mensagem… “Debatam tudo, com liberdade… Podemos e devemos ter a ambição de dar mais credibilidade, mais transparência, mais verdade às nossas instituições políticas. Para que a confiança tenha razões acrescidas para se afirmar... Et voilá, os grandes debates em curso, animados pelo mais alto magistrado da nação, mostram que a SIC, a TVI, a RTP e a CMTV, estão atentas. E daí esperar que continuem a levar grandes figuras aos seus ecrãs, muito futebol, a vida sexual e luxuosa dos famosos e seus escândalos, a explicação dos crimes, e muitos beijinhos de felicidades. Sem televisão os portugueses não saberiam escolher. Sem Marcelo que seria do surf? Bem hajam no país de tantos basbaques.

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