Pedro Sousa estreia-se diante de um campeão

Alex de Minaur confirma valor com triunfo em Sydney, mas vai ter menos tempo para recuperar para o Open da Austrália.

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Pedro Sousa LUSA/JOSE SENA GOULAO

Já não bastava a Pedro Sousa ir defrontar o melhor tenista australiano do momento e verdadeiro ídolo local, como vai encontrar um adversário no melhor momento da carreira e com a confiança no máximo. Alex de Minaur vem de conquistar o seu primeiro título no ATP Tour, em Sydney, coroando 12 meses de progressos constantes, que o viram subir do 208.º lugar do ranking, no início de 2018, até ao actual 29.º posto na hierarquia mundial.

“Vou para Melbourne esta noite [ontem]. Tenho um treino ligeiro amanhã [hoje], vou recuperar o corpo e depois é tempo de espectáculo”, afirmou De Minaur, após o triunfo na final do Sydney International, em que venceu Andreas Seppi (37.º), por 7-5, 7-6 (7/5). No ano passado, De Minaur tinha perdido o derradeiro encontro na terra natal; desta vez, fez ainda melhor. Mas nem tudo são rosas. O australiano de 20 anos, que tem na sua condição física um dos principais atributos, gostaria de ter um pouco mais de tempo de descanso antes de entrar na Margaret Court Arena (não antes das 3h00 portuguesas) e criticou os organizadores do Open, ao afirmar que deviam protegem melhor os jogadores locais. “Decidiram a programação antes de o sorteio ser realizado e verem quais os jogadores que estavam nas finais na semana anterior. Acho que é muito mau”, disse De Minaur, eleito o melhor estreante no circuito Masculino em 2018 (ATP Newcomer of the Year). 

O Open da Austrália abre com um dia em cheio para o ténis australiano, já que, além de De Minaur, também Bernard Tomic (85.º), com a motivação renovada, vai desafiar um "top-10", Marin Cilic (7.º), e Ashleigh Barty, a melhor esperança em que o título feminino fique em casa – o que não acontece desde 1978 –, vai medir forças com Luksika Kumkhum (66.ª).

Mas as atenções vão estar centradas no duelo entre Andy Murray e Roberto Bautista Agut (23.º), que terá lugar na Melbourne Arena. O escocês admitiu estar longe da condição física que o levou por cinco vezes à final do Open da Austrália, mas adiantou que, apesar das dores causadas pela lesão na anca direita, vai tentar competir.

Na primeira jornada, vão estar igualmente em acção os dois campeões em título, Roger Federer e Caroline Wozniacki, ambos na terceira posição dos respectivos rankings e que terão honras de jogar na sessão nocturna do principal court de Melbourne Park, a Rod Laver Arena. O suíço de 37 anos começa a procura pelo 24.º triunfo em torneios do Grand Slam mas também o 100.º título da carreira diante do uzbeque Denis Istomin (99.º).

Possível adversário de Federer nas meias-finais, Rafael Nadal também irá ser posto à prova fisicamente, após uma operação ao tornozelo direito, que o fez encerrar a época logo em Setembro. “Se não me sentisse bem, não estaria aqui. Após a cirurgia, e depois de meses sem competir e com alguns problemas nos treinos, claro que há sempre algumas coisas quando regressamos. Mas não é nada de novo para mim”, recordou o espanhol de 32 anos.

Apesar da excelente época passada (45 encontros ganhos em 49), Nadal continua a tentar progredir e vai apresentar um novo movimento de serviço diante do australiano de 26 anos, James Duckworth (238.º), que beneficiou de um wild-card. “Há sempre coisas a melhorar e esta talvez seja a altura para dar mais um passo. Ainda não competi com o novo serviço, por isso vamos ver como funciona”, adiantou o número dois do ranking.

Wozniacki esteve em foco no final da época passada ao revelar que sofre de artrite reumatóide. A doença auto-imune, que provoca inchaço das articulações e fadiga, obriga a dinamarquesa a cuidados redobrados na preparação e recuperação dos encontros, mas a tenista reconhecida pela sua excelente capacidade atlética poderá já não ter esse ascendente sobre as adversárias, começando pela belga Alison Van Uytvanck (52.ª).

No quadro feminino não há uma clara favorita, mas apresenta muitas detentoras de títulos do Grand Slam, incluindo as oito diferentes vencedoras dos majors realizados em 2017 e 2018 e cinco ex-campeãs do Open australiano. A confirmar o equilíbrio reinante no circuito feminino, há 11 jogadoras que poderão sair de Melbourne no primeiro lugar do ranking.

Na segunda-feira, destacam-se as estreias no primeiro dia de Angelique Kerber (2.ª), campeã em 2016, Sloane Stephens (5.ª), vencedora do Open dos EUA em 2017, Petra Kvitova (6.ª), bicampeã de Wimbledon e vencedora este domingo no Sydney International, e de Maria Sharapova (30.ª), campeã em 2008.

Fora das escolhas óbvias, existem muitas expectativas sobre até onde poderá ir Aryna Sabalenka, eleita a melhor estreante no topo do WTA Tour. A russa de 20 anos começou a época passada no 78.º lugar do ranking e subiu 67 postos ao longo de 2018, para terminar às portas do "top-10". E com o maior número de vitórias em encontros decididos no terceiro set: 21.

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