PCP critica governo por não se fazer representar na posse de Maduro

Comunistas dizem que Portugal deve "pautar as relações institucionais com a Venezuela pelo respeito da Constituição da República Portuguesa".

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LUSA/MIGUEL GUTIERREZ

O PCP criticou nesta quinta-feira a decisão do governo português de não se fazer representar na tomada de posse do Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro.

"Esta atitude de claudicação nacional perante a União Europeia, que se insere na escalada de desestabilização e agressão contra a Venezuela, é contrária à defesa dos interesses de Portugal, do povo português e da comunidade portuguesa na Venezuela", indicou o Partido Comunista Português em comunicado de imprensa.

O PCP considerou que Portugal deve "pautar as relações institucionais com a Venezuela pelo respeito da Constituição da República Portuguesa", dissociando-se "das acções de desestabilização e agressão" contra a Venezuela e o seu povo.

Os comunistas portugueses salientaram ainda que Nicolás Maduro foi legitimamente eleito Presidente da Venezuela para um novo mandato de seis anos, em conformidade com a vontade do povo venezuelano expressa nos resultados da eleição presidencial de 20 de maio de 2018 e segundo a ordem constitucional venezuelana.

O PCP fez-se representar na cerimónia de tomada de posse de Nicolás Maduro, por João Pimenta Lopes, deputado do PCP no Parlamento Europeu e Vice-presidente da delegação à Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana (EUROLAT).

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi empossado nesta quinta-feira para um novo mandato de seis anos e no juramento disse que vai continuar a construir o socialismo do século XXI.
A cerimónia de posse decorreu na Sala Plenária do Supremo Tribunal da Venezuela (STJ) e não na Assembleia Nacional (parlamento, onde a oposição detém a maioria), porque Maduro não reconhece legitimidade a este órgão, que acusa de afrontar as sentenças do tribunal.

Nicolás Maduro, de 56 anos, e sucessor do falecido líder socialista Hugo Chávez (Presidente entre 1999 e 2013) recebeu a faixa presidencial das mãos do presidente do STJ, Maikel Moreno.

Na cerimónia, entre outros, estiveram também presentes delegações da Turquia, El Salvador, Ossétia do Sul, Suriname, Irão, São Vicente e Granadinas, Granada, Dominica, São Cristóvão e Neves, Antígua & Barbuda, Rússia, Belize, África do Sul, Argélia, Bielorrússia, China, República do Congo, Moçambique, Irlanda, Líbano, Liga Árabe e da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, Nicolás Maduro foi reeleito para um novo mandato presidencial nas eleições antecipadas de 20 de Maio de 2018, com 6.248.864 votos (67,84%).

Um dia depois das eleições, a oposição venezuelana questionou os resultados, alegando irregularidades e o desrespeito pelos tratados de direitos humanos e a Constituição da Venezuela.
A crise político-económica e social levou, segundo dados das Nações Unidas, a que cerca de 3 milhões de venezuelanos tenham abandonado o país, desde 2015, para vários continentes, mas principalmente para países vizinhos.

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