Procuradora-geral da República lamenta que Amadeu Guerra abandone o DCIAP

"Desengane-se quem ache que o combate à criminalidade económica e financeira esmorecerá", afirmou Lucília Gago.

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Amadeu Guerra Daniel Rocha

A procuradora-geral da República enalteceu nesta segunda-feira a competência de Amadeu Guerra, que tomou posse como procurador-geral distrital de Lisboa, e lamentou que ele não tenha permanecido como director do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).

No discurso de tomada de posse de Amadeu Guerra, Lucília Gago enalteceu as qualidades organizativas e competência do magistrado do Ministério Público (MP), lamentando que não tivesse havido receptividade para ser reconduzido no cargo de director do DCIAP. Contudo, avisou: que se desengane quem achar "que o combate à corrupção esmorecerá", lembrando que houve no DCIAP um "robustecimento do desempenho da magistratura" do MP.

"Desengane-se quem ache que o combate à criminalidade económica e financeira esmorecerá. Será necessariamente dada continuidade a este trabalho numa trajectória, não só de consolidação dos avanços alcançados, mas também de progressão", disse.

Lucília Gago deixou ainda uma palavra de apreço a Maria José Morgado, que se jubilou, dizendo que foi uma procuradora que demonstrou ser "combativa e entregue à causa pública".

Por seu lado, Amadeu Guerra começou por agradecer a sua escolha para o lugar ao Conselho Superior do Ministério Público (CSMP), dizendo que hoje "termina um caminho difícil e de muita responsabilidade de empenho que durou seis anos".

Após agradecer à antiga procuradora-geral da República Joana Marques Vidal e à actual o reconhecimento do seu trabalho, Amadeu Guerra disse que iria abraçar o novo desafio "com muito entusiasmo" e consciente de que recebia "uma casa arrumada", numa referência ao trabalho feito por Maria José Morgado.

Amadeu Guerra, de 58 anos, natural de Tábua, distrito de Coimbra, foi eleito com 12 votos favoráveis e sete contra do CSMP, vencendo a lista apresentada por Lucília Gago.

Depois de seis anos à frente do departamento do MP que investiga a criminalidade mais grave e violenta, Amadeu Guerra começa agora uma comissão de três anos à frente da PGDL.

No final da cerimónia, que decorreu no Tribunal da Relação de Lisboa, Lucília Gago, Amadeu Guerra, a ministra da Justiça e Maria José Morgado não quiserem falar com os jornalistas.

O Conselho Superior do Ministério Público deverá escolher o sucessor de Amadeu Guerra na reunião do dia 10.

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