Criação de empresas bate recorde em 2018, impulsionada pelo turismo

Desde 2007 que não se criavam tantas empresas em Portugal. Dados apontam para a constituição de 45.191 empresas.

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O imobiliário é uma das áreas que impulsionou a criação de novas empresas Adriano Miranda / Publico

A criação de empresas em Portugal no ano passado atingiu o nível mais elevado dos últimos 11 anos, impulsionada pelo sector do turismo. De acordo com o levantamento feito pela Informa D&B, em 2018 foram criadas 45.191 empresas, o número mais elevado desde 2007 e um aumento de 10,4% em relação a 2017.

Esta dinâmica tem, em grande parte, origem no desenvolvimento do sector do turismo em Portugal. Cerca de 40% das novas empresas criadas em 2018 dizem respeito a actividades relacionadas com os serviços (actividades desportivas, agências de viagens, operadores turísticos, entre outros), com as actividades imobiliárias, com o transporte ocasional de passageiros, com a construção, o alojamento e a restauração.

“O ano de 2018 vem reforçar os sinais da iniciativa empreendedora que já se tinham verificado em 2017 e ilustra a forte dinâmica do turismo em Portugal, pois as novas empresas ligadas às actividades turísticas representam uma parte muito significativa deste crescimento”, afirma Teresa Cardoso de Menezes, directora-geral da Informa D&B.

Por outro lado, esta dinâmica, nota a consultora, tem contribuído para um tecido empresarial pulverizado, “com as sociedades unipessoais a representarem em 2018 mais de metade das novas empresas”. Ao mesmo tempo, perdem peso as sociedades anónimas, tendo sido constituídas menos de metade do que há dez anos.

Lisboa é o distrito responsável pelo maior número de constituições (15.798), tendo aumentado 13,7% em relação ao ano anterior. Os distritos do Porto (8142 constituições) e Setúbal (3377) também contribuíram para o aumento verificado no ano passado. Estes três distritos foram, aliás, responsáveis por mais de 80% do aumento total das empresas novas.

Os dados revelam também que o nascimento de empresas com controlo de capital estrangeiro (indicador que em 2017 atingiu um número recorde) teve um decréscimo de 10,6%. Foram constituídas 921 empresas com capital maioritário estrangeiro, um quarto das quais pertence ao sector dos serviços.

O rácio entre as empresas criadas e as encerradas piorou ligeiramente. Em 2018, por cada empresa que encerrou, foram criadas 2,5 novas. Em 2017 este rácio era de 2,7. Os sectores onde o rácio é mais elevado são as actividades imobiliárias (5,7), os serviços (3,4) e as telecomunicações (3,4).

O número de empresas a entrar em insolvência caiu em 2018, com 2350 sociedades a iniciarem este processo, menos 12,1% do que em 2017. Mantém-se a descida que se verifica desde 2013, nota a Informa D&B, embora a um ritmo menos acentuado.

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