Palavras, expressões e algumas irritações: mensagens

Natal e fim de ano são tempos de todas as “mensagens” institucionais. As de António Costa e de Marcelo Rebelo de Sousa deram a azo a muitas interpretações. O primeiro terá abrandado na euforia optimista, o segundo alertou para “tempos muito difíceis”

Plural de “mensagem”, substantivo feminino de origem francesa (message) que significa, em primeiro lugar e de acordo com um dicionário de 1964, “comunicação, notícia verbal”. Segue-se outra descodificação: “Discurso escrito que o Chefe de Estado envia às câmaras nos actos solenes da sua abertura ou encerramento.”

Passados 54 anos (em 2018), o registo primeiro é: “Comunicação verbal, oral ou escrita, dirigida expressamente a um ou a vários destinatários.” Complementa-se a descrição com “enviar uma mensagem” ou “mensagem electrónica”.

Mais adiante, fala-se de “comunicação formal de carácter institucional”, exemplificando-se com as frases “mensagem do Presidente da República à nação” e “mensagem papal”.

Natal e fim de ano são tempos de todas as “mensagens”, institucionais. As de António Costa (primeiro-ministro e socialista) e de Marcelo Rebelo de Sousa (Presidente da República e social-democrata) deram a azo a muitos comentários e interpretações.

O primeiro terá abrandado na euforia optimista: “Virada a página dos anos mais difíceis, há agora duas questões essenciais que se colocam. Por um lado, como conseguimos dar continuidade a este percurso, sem riscos de retrocesso; por outro lado, como garantimos que cada vez mais pessoas beneficiam na sua vida desta melhoria.”

O segundo alertou para “tempos muito difíceis”, em que se vê “crescerem promessas sem democracia e sem pleno respeito da dignidade das pessoas”.

“Recado” é sinónimo de “mensagem”.

A multiplicidade de meios de comunicação entre as pessoas facilita a troca de “mensagens” de esperança que as Festas propiciam. Por isso os esquecidos se sentem cada vez mais tristes.

Fica aqui então a “mensagem” de bom ano. Para todos.

A rubrica Palavras, expressões e algumas irritações encontra-se publicada no P2, caderno de domingo do PÚBLICO

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