Oposição a Cristas reclama lugares nas listas de deputados

Critérios de escolha dos nomes prometem aquecer próximo conselho nacional do partido.

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Para Assunção Cristas a "qualidade" dos candidatos será o primeiro critério daniel rocha

O grupo alternativo à direcção de Assunção Cristas no CDS bem como a tendência interna e a Juventude Popular (JP) vão reclamar lugares elegíveis nas listas de candidatos a deputados às legislativas deste ano. O tema promete aquecer o conselho nacional de dia 12, em que os critérios para a escolha dos deputados vão estar em discussão por iniciativa da própria líder.

Em causa está a definição dos lugares de candidatos que podem ser escolhidos pela direcção e dos que são da responsabilidade das distritais. Só que as várias sensibilidades internas e a própria JP não querem ficar de fora, nem em lugares cinzentos. Exigem ter representação parlamentar tendo em conta os resultados do último congresso, em Março, em que Assunção Cristas foi reeleita como líder. Foi a própria presidente do partido que colocou a questão dos critérios para as listas de deputados no último conselho nacional, mas a discussão acabou por ser adiada para a reunião de 12 de Janeiro e consta da ordem de trabalhos. Cristas levará uma proposta para ser discutida e votada.

O ex-deputado Raul Almeida, que representa a lista alternativa ao conselho nacional liderada por Filipe Lobo d’Ávila, defende que “as listas de deputados devem considerar candidatos indicados pelas correntes de opinião”. O conselheiro nacional sustenta que as escolhas dos nomes “não podem ser uma imposição” e que, no caso dos cabeças de lista, a líder e as estruturas “têm uma palavra dizer”. Quanto aos candidatos que o grupo indicará para as listas, Raul Almeida garante que “terão sempre ligação efectiva nos distritos distribuídos e serão, como é preocupação da presidente do partido, pessoas com notoriedade e currículo”.

Assunção Cristas tinha referido, numa entrevista a um jornal da Universidade Católica de Braga, que os candidatos devem ter “dimensão nacional” e “qualidade” para acompanharem os temas no Parlamento.

Outro dos grupos que vão reclamar representação parlamentar é o da Tendência Esperança em Movimento (TEM), uma corrente interna do CDS, que defende que as escolhas têm de ser feitas de baixo para cima. “Isto não pode ser uma lista de amigos de Assunção Cristas e da direcção nacional”, disse ao PÚBLICO Abel Matos Santos, porta-voz da TEM, considerando que é justo que as sensibilidades internas tenham representação parlamentar e que, tendo em conta os resultados das votações em congresso, os dois grupos tenham direito a indicar cinco deputados. O democrata-cristão, que tem assento na comissão política nacional, defende que é preciso “dimensão local e regional” dos candidatos. “Não se pode dizer que não há pessoas com dimensão nacional. É um atestado de menoridade”, afirmou.

A líder do CDS tem ainda nas mãos uma outra reivindicação que já é conhecida: a da JP. Francisco Rodrigues dos Santos já assumiu que a organização deve voltar a ter representação no Parlamento como forma até de renovar o grupo de deputados e de contribuir para o crescimento do partido. A JP está disponível para verter no regulamento a garantia de ter presença na bancada parlamentar. 

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