Índia prepara-se para resgate subterrâneo 'à tailandesa', mas com esperanças reduzidas

Há duas semanas que 15 mineiros estão desaparecidos a 112 metros de profundidade, em túneis inundados. Mergulhadores e bombas de água começam finalmente a chegar ao local do desastre.

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As operações de resgate continuam em Meghalaya, na Índia REUTERS

Há reforços a chegar ao estado indiano de Meghalaya, onde 15 homens ficaram presos no interior de uma mina ilegal de carvão no dia 13 de Dezembro.

Um grupo de 15 mergulhadores da Marinha indiana, duas equipas de uma empresa privada que se voluntariou para emprestar equipamento de drenagem de água e alguns membros da Força Aérea preparam-se para participar na operação de socorro. Segundo fontes oficiais citadas pelo jornal indiano The Hindu, os militares entram em acção já neste sábado.

A equipa de 15 mergulhadores levava consigo pelo menos 20 bombas de água de alta potência, cada uma capaz de retirar da mina 1600 litros de água por minuto, acrescentam as autoridades.

Os mineiros ficaram presos a 112 metros de profundidade na localidade de Ksan, perto de Lumthari, estado de Meghalaya, quando foram surpreendidos por uma inundação causada pelo transbordo do rio Lytein. Não é claro se os 15 homens ainda estão vivos.

Segundo a CNN, mais de 80 elementos da protecção civil indiana já participaram nas operações de socorro, mas a agência Reuters escreve que os esforços empreendidos até ao momento foram prejudicados pela falta de equipamentos para drenar a água. Há agora a expectativa de que, a partir deste sábado, as bombas de água e a equipa mergulhadores possam fazer avançar o resgate.  

A 20 de Dezembro, uma nova tempestade na região fizeram com que o rio Lytein voltasse a transbordar, aumentando o receio das autoridades que os mineiros possam não ter sobrevivido à inundação. 

Repete-se assim a corrida contra o tempo que aconteceu em Junho na Tailândia, quando um grupo de 12 crianças e o seu treinador de futebol de 25 anos ficaram presos mais de duas semanas na gruta de Tham Luang, em Chiang Rai. O grupo acabaria por ser localizado no início de Julho e retirado em segurança da gruta.

"Um buraco de rato"

No caso indiano, o resgate também está a ser dificultado devido às características da mina, um tipo de exploração clandestina comum naquela região que é conhecida como um "buraco de rato": com entradas e túneis de dimensões muito reduzidas. Este tipo de explorações foi proibido pela justiça indiana em 2014 devido aos seus graves efeitos para o ambiente e para a saúde e segurança dos mineiros. No entanto, muitos "buracos de ratos" continuam a laborar. Raramente dispõem de mapas que facilitem eventuais operações de resgate, como é o caso da mina onde estão agora desaparecidos 15 homens. 

Citado pela CNN, o governo do estado de Meghalaya assegura que todos os esforços estão em andamento e que é dever das autoridades continuar a tentar salvar os mineiros. "Há esperança, não vamos simplesmente desistir assim", disse Conrad Sangma na quarta-feira aos jornalistas.​

O estado de Meghalaya possui uma das maiores reservas de carvão da Índia, que o Governo estima chegar às 576 milhões de toneladas. 

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