Trump faz visita surpresa a tropas norte-americanas no Iraque

Presidente dos EUA faz a sua primeira visita a tropas norte-americanas no Médio Oriente.

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Reuters/JONATHAN ERNST

O Presidente norte-americano Donald Trump aterrou nesta quarta-feira na base aérea de al-Asad, no Iraque, na sua primeira visita a tropas norte-americanas no Médio Oriente. A primeira-dama Melania Trump acompanha o chefe de Estado na deslocação, que não constava da agenda presidencial.

A visita acontece uma semana depois de Trump ter declarado que o Daesh está derrotado e de ter anunciado a retirada das forças norte-americanas da vizinha Síria, onde os EUA terão cerca de 2000 militares. Do Iraque, pelo contrário, Trump não tenciona retirar tropas. "Não há qualquer plano", disse aos soldados na base de al-Asad, acrescentando que seria a partir daquele país que os EUA responderiam a um eventual recrudescimento do Daesh: "Se virmos algo a acontecer com o Daesh de que nós não gostamos, podemos atingi-los tão rápida e violentamente que eles nem vão saber o que diabo lhes aconteceu". 

A deslocação segue-se também à demissão do secretário da Defesa Jim Mattis, que bateu com a porta logo a seguir ao anúncio da retirada da Síria, em desacordo também com a política de alianças seguida pela Casa Branca (sucede-lhe Patrick Shanahan, até aqui número dois do Pentágono e um antigo executivo da Boeing). E acontece em pleno shutdown do Governo norte-americano, motivado pelo braço-de-ferro entre a Administração e a oposição democrata em torno do financiamento do muro na fronteira com o México.

Trump já tinha visitado militares norte-americanos em missão, em Novembro de 2017, quando se deslocou à Coreia do Sul.

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Apesar de não ter sido anunciada antecipadamente, por razões de segurança, já se esperava que o Presidente dos EUA pudesse visitar o Iraque ou o Afeganistão. Em Novembro, Trump reuniu-se com conselheiros para discutir a possibilidade de uma deslocação. Na altura, o chefe de Estado não escondeu a sua relutância em viajar a um cenário de guerra — tanto pelo grau de risco, como por não querer ficar ligado a missões militares com as quais não concorda. Isso poderá ter ditado a opção pelo Iraque, onde considera haver um caso de sucesso na luta contra o Daesh, em detrimento do Afeganistão, onde os EUA estão presos há 17 anos.

O actual Presidente faz a sua primeira deslocação a um cenário de guerra mais tarde no seu mandato do que os seus antecessores. Trump visita o Iraque quase dois anos após tomar posse. Barack Obama visitou o Afeganistão dois meses depois de ter iniciado a sua presidência, e George W. Bush foi ao Iraque oito meses depois de ter declarado a guerra no país.

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