Bolsa de Nova Iorque recupera o fôlego

O arranque da sessão em Nova Iorque trouxe alguma recuperação aos títulos, depois das desvalorizações pré-natalícias. Trump voltou a ser protagonista.

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Reuters/JEENAH MOON

A sessão de quarta-feira na bolsa norte-americana arrancou com uma recuperação generalizada das acções, depois dos primeiros sinais positivos terem sido dados nos mercados asiáticos, ainda de madrugada nos Estados Unidos e Europa. 

O índice mais abrangente S&P 500 regressou da pausa de Natal a subir 1,1%, a primeira valorização desde 18 de Dezembro e a maior subida em mais de três semanas. O tecnológico Nasdaq recuperou 1,8% e o industrial Dow Jones subiu 0,7%. Na Ásia, a bolsa do Japão já havia fechado a subir ligeiramente. Na Europa, as principais bolsas continuam fechadas

Esta evolução interrompe uma série negativa que levou o S&P a perder quase 8% em apenas quatro dias antes do Natal, aumentando para 20% a correcção deste índice desde o máximo histórico. Os dados positivos da Amazon e da Mastercard sobre a forte época de compras natalícias e alguma recuperação do fôlego por parte dos investidores – depois das mais recentes intervenções do Presidente dos EUA – explicam o regresso dos investidores norte-americanos às acções. 

Donald Trump voltou a ser protagonista esta quarta-feira, depois de ter criticado o presidente da Reserva Federal norte-americana pelo ritmo de subida das taxas de juro, abrindo a porta à especulação em torno de um inédito ataque da Casa Branca à independência do banco central. Uma posição que, em conjunto com a actual paragem do Governo norte-americano anunciada por Trump, levou os investidores a procurar o refúgio. 

No entanto, esta quarta-feira, o Presidente dos EUA incentivou os investidores a regressarem às compras depois das quedas dos últimos dias: “Acho que é uma oportunidade tremenda para comprar”. E justificou: “O facto é que a economia está tão bem que eles [Fed] aumentam as taxas de juro, e isso é uma espécie de garantia.”

Os analistas citados pelas agências internacionais mantêm alguma prudência sobre a recuperação desta quarta-feira, explicando-a com o previsível aproveitamento de oportunidades de investimento, a mesma lógica identificada por Trump. No entanto, os alertas que levaram às quedas generalizadas registadas antes do Natal permanecem válidos, entre todos o esperado abrandamento económico global, a incerteza em torno da governação americana e os seus efeitos globais, em especial uma potencial escalada da guerra comercial com a China. 

Em paralelo, na Europa, crescem os receios em torno das consequências de um “Brexit” descontrolado, ao mesmo tempo que se adensam as nuvens negras a rondar um dos maiores bancos do mundo, o alemão Deutsche Bank. O final de 2018 promete, assim, mais turbulência nos mercados financeiros, culminando 12 meses que caminham para concretizar o pior registo anual desde a crise financeira de 2008.

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