Reutilizar, reciclar, não desperdiçar. Associação Zero faz apelo por um Natal mais sustentável

A Zero diz que, apesar de não existirem estatísticas oficiais, a véspera e o dia de Natal são o maior pico de produção de resíduos do ano.

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Nuno Ferreira Santos

Dar presentes com menos embalagens; separar os materiais recicláveis e esperar dois ou três dias — até que os contentores sejam esvaziados — para colocá-los no lixo; não desperdiçar comida reutilizando-a noutros pratos; desembrulhar as prendas com cuidado para aproveitar o papel de embrulho para outras ocasiões. São as dicas da associação ambientalista Zero para um Natal assente "num consumo mais sustentável".

"Não há estatísticas oficiais, mas também não há dúvidas em relação ao facto de a véspera e o dia de Natal serem o maior pico de produção de resíduos do ano", nota a Zero em comunicado.

"O cenário é infelizmente dramático no próprio dia 25 de Dezembro e nos dias seguintes, com inúmeros contentores de resíduos urbanos destinados ao lixo indiferenciado cheios de materiais que deveriam ser recolhidos selectivamente, nomeadamente através dos ecopontos, e que não foram separados em casa." 

Por estes dias há mais lixo nas ruas porque "muitos municípios não fazem recolha de resíduos indiferenciados no dia de Natal, acontecendo o mesmo com as entidades responsáveis pelos ecopontos. Além disso, os ecopontos ficam cheios rapidamente nesta época festiva." 

A Zero lembra que "em 2017, apenas 22% dos resíduos geridos pelos sistemas foram reciclados ou compostados e os portugueses aumentaram a produção de lixo em 2%, tendo gerado cinco milhões de toneladas". Este aumento, defende a associação, é "efeito da atenuação da crise económica e consequente aumento do consumo". 

Por outro lado, "reduziram a separação do lixo e o respectivo envio para reciclagem". 

"O Governo já reconheceu que Portugal não vai conseguir cumprir as metas de reciclagem de resíduos urbanos impostas pela União Europeia para 2020, fazendo o país parte da lista negra da Comissão Europeia", diz a Zero. Pelo que, no próximo ano, terá acompanhamento técnico para garantir o cumprimento da legislação.

"A Comissão Europeia tem estipulado que 55% dos resíduos terão de ser reciclados em 2025, 60% em 2030 e 65% em 2035", lembra a associação ambientalista.

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