Maior operação de combate ao tráfico de seres humanos sinaliza 26 vítimas em Beja

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras identificou, no total, 255 cidadãos estrangeiros em situação de exploração laboral.

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Nelson Garrido

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) anunciou este domingo que sinalizou 26 vítimas de tráfico de seres humanos, na sequência das diligências efectuadas no âmbito da Operação Masline, desencadeada na zona de Beja.

Numa nota enviada à agência Lusa, o SEF explica que oito das 26 vítimas já foram instaladas em centros de acolhimento e protecção. "Esta, que foi a maior operação de combate ao tráfico de seres humanos, levou à detenção de seis cidadãos estrangeiros indiciados pela prática dos crimes de tráfico de pessoas, auxílio à imigração ilegal e associação de auxílio à imigração ilegal, a quem foi aplicada a medida de coação de prisão preventiva", lê-se no documento.

De acordo com o SEF, no total, foram identificados 255 cidadãos estrangeiros em situação de exploração laboral. "Atenta a vulnerabilidade apresentada por estes cidadãos estrangeiros, o SEF articulou, desde logo, com a equipa multidisciplinar especializada daquela região, o apoio necessário em termos de alojamento e alimentação aos cidadãos identificadas durante a operação", lê-se na nota.

O SEF acrescenta que, no quadro do Plano Nacional de Acção para a Prevenção e o Combate ao Tráfico de Seres Humanos, foram ainda estabelecidos os mecanismos de cooperação com as diferentes entidades municipais e sociais no sentido de providenciar aos cidadãos identificados a satisfação das suas necessidades básicas.

Seis pessoas, todas de nacionalidade romena e com idades entre os 22 e 47 anos, foram detidas, na terça-feira, em várias localidades do Baixo Alentejo, numa operação que identificou 255 estrangeiros em situação de exploração laboral.

Na sequência destas detenções e após primeiro interrogatório judicial, o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Évora, determinou a prisão preventiva para os detidos, a medida de coação mais gravosa.

"A juiz de instrução decidiu aplicar a todos os arguidos a medida de coação de prisão preventiva, por entender verificarem-se, em concreto, os perigos de fuga, perturbação do decurso do inquérito e de continuação da actividade criminosa", referia o comunicado divulgado na sexta-feira pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Évora na sua página de Internet.

Segundo o DIAP de Évora, a operação, que contou com a participação de elementos do SEF, envolveu a realização de "diligências de busca e apreensão" em cumprimento de mandados de busca domiciliária e não domiciliária.

Durante as buscas, adianta, foram apreendidas "quantias em dinheiro, automóveis, munições e tabaco", além de terem sido "identificadas mais de duas centenas de cidadãos estrangeiros em situação de exploração laboral".

O DIAP de Évora realça que "as vítimas, oriundas de países do leste da Europa, eram colocadas em território nacional e sujeitas a exploração laboral em tarefas agrícolas".

O inquérito e as respectivas diligências de investigação vão prosseguir, sendo o Ministério Público coadjuvado pela Direcção Central de Investigação do SEF.

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