Benfica soterra Sp. Braga com avalanche de golos na Luz

Minhotos sofrem segunda derrota da época, abrindo caminho a uma subida dos "encarnados" até ao segundo lugar.

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LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O Benfica tirou a barriga de misérias, apagando, com uma goleada improvável (6-2), a imagem de equipa errante, feliz por ir somando vitórias mais ou menos sofridas desde o desastre de Munique. Frente a um Sp. Braga com ares de candidato, a “águia” ensaiou, na 14.ª jornada, um voo rasante ao pódio da Liga, garantindo a sétima vitória consecutiva (quarta na prova) e suplantando na classificação não só a equipa minhota, mas também o Sporting, derrotado em Guimarães.

Para os “guerreiros” do Minho, os seis golos sofridos por Tiago Sá foram como lanças que iam dilacerando o orgulho da equipa que ostentava um registo quase imaculado, com apenas uma derrota no campeonato, cedendo também o estatuto de segunda defesa menos batida da prova.

Quanto ao Benfica, depois de uma exibição pálida na Taça de Portugal, a que acabou por corresponder uma vitória insípida, frente ao Montalegre (0-1), os “encarnados” surgiram autoritários, a reinventar-se no duelo com um dos mais temíveis adversários do campeonato. Opositor que, pura e simplesmente, arrasou, com uma segunda parte diabólica, apesar da pequena “mancha” deixada por Dyego Souza e João Novais na folha limpa dos benfiquistas. 

Para tanto, ao treinador do Benfica bastou recuperar a fórmula... habitual, apresentando tão-só um “onze” mais fresco e, não menos relevante, inspirado. O suficiente para cumprir o objectivo óbvio de alargar a sequência de vitórias acumuladas depois do pesadelo de Munique, na Liga dos Campeões, para, assim, recuperar um lugar no pódio.

E a verdade é que o conseguiu com uma boa dose de eficácia, a conferir, com uma naturalidade pouco habitual, um efeito devastador no aproveitamento de todos os equívocos, conflitos e inseguranças patenteados pelo Sp. Braga.

Abel Ferreira fez praticamente uma alteração por sector, relativamente aos oitavos-de-final da Taça de Portugal, em Setúbal, devolvendo a baliza a Tiago Sá e o meio-campo a Claudemir, por troca com Marafona e João Palhinha, substituindo ainda o castigado Raúl Silva por Pablo Santos. Ficou, porém, reservada uma pequena surpresa no ataque, onde voltou a surgir Paulinho no lugar do segundo melhor marcador da equipa, Wilson Eduardo.

Apesar da entrada personalizada, o Sp. Braga foi rapidamente encostado às cordas, com Gedson, Pizzi e Cervi a dinamizarem as acções e Jonas a insinuar-se e a abrir caminho para os companheiros. Pizzi descobriu, à segunda, o mapa da mina, num bom lance individual, que concluiu com finalização irrepreensível (19’). Desbravado o caminho, o Benfica assumia o controlo absoluto da partida, pontualmente contestado pelos “arsenalistas”, que ainda acreditavam ser possível vencer pela primeira vez no “novo” Estádio da Luz.

Pelos minhotos, registo para um remate de Fransérgio, à barra, um disparo de Dyego Sousa e uma defesa providencial de Vlachodimos a desvio de Ricardo Horta, no lance mais flagrante do Sp. Braga na primeira metade.

Só que, na sequência do golo de canto que resolveu a eliminatória em Montalegre, contrariando o historial da época, Jardel voltou a marcar na numa bola parada, lance confirmado pelo VAR e em que Tiago Sá fica mal na fotografia.

Para agravar o cenário para os minhotos, a segunda parte não podia ter começado melhor para o Benfica, que aproveitou uma hesitação entre Goiano e Bruno Viana, com Grimaldo a aumentar a vantagem. Dyego Souza respondeu de pronto, beliscando a série de seis jogos sem sofrer golos de uma “águia” que acabaria por compensar a desfeita marcando tantos golos como os obtidos nos cinco encontros anteriores.

A avalanche parecia incontrolável, com Jonas (54’) a corrigir o falhanço da primeira parte e Cervi (63’) e André Almeida (67’) a carimbarem a goleada com dois remates indefensáveis. O Benfica ainda permitiu que o Sp. Braga se recompusesse, mas a pincelada final de João Novais (73’) serviu apenas para diluir uma pintura demasiado realista e dura.

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