Em França, os "coletes amarelos" saíram à rua, mas a mobilização está em baixa

Em Paris, foram feitas 109 detenções, mas apenas 2000 pessoas se terão manifestado. Houve bloqueios de auto-estradas nas fronteiras.

Fotogaleria
Protesto em Nantes, com cartaz a reivindicar o Referendo de Iniciativa Cidadã Stephane Mahe/REUTERS
Fotogaleria
Manifestantes junto ao Arco do Triunfo, em Paris, com decorações de Natal Christian Hartmann/REUTERS
Fotogaleria
Manifestação em Nantes Stephane Mahe/REUTERS

Pelo sexto sábado consecutivo, e a três dias do Natal, os “coletes amarelos” voltaram a sair à rua em França, mas a mobilização continua em curva descendente. O Ministério do Interior contabilizou 23.800 manifestantes em todo o país, às 14h, contra 33.500 no último sábado. Ainda assim, foram feitas 109 detenções em Paris.

Um dos detidos em Paris foi Eric Drouet, o camionista que esteve na origem do movimento do “coletes amarelos”, diz a prefeitura de Paris, citada pelo Le Monde. Mas o número de manifestantes na capital francesa não foi grande: cerca de 2000 pessoas, pouco antes das 15h de Portugal continental, contra 4000 no sábado anterior – algo muito diferente das primeiras manifestações, quando houve confrontos violentos com a polícia. Na primeira manifestação, a 17 de Novembro, cerca de 280 mil pessoas saíram à rua em todo o país.

Eric Drouet, de 33 anos, foi um dos mobilizadores do protesto, que começou por ser contra as taxas ecológicas que fazem subir o preço do diesel e o Governo de Emmanuel Macron, através de um post na sua página no Facebook, que rapidamente foi partilhado por milhares de pessoas. Este sábado, tinha apelado a uma manifestação em Versalhes e, mais tarde, na zona de Montmartre, onde acabou por ser detido, descreve o Le Monde.

Uma reivindicação que se tornou cada vez mais presente nas conversas dos aderentes ao movimento dos "coletes amarelos", nas redes sociais e mesmo em cartazes empunhados pelos manifestantes, é a do referendo de iniciativa cidadã, muitas vezes identificada pelas iniciais "RIC". Trata-se de algo semelhante ao que existe na Suíça, em que um grupo de cidadãos poderia propor a voto uma lei, depois de recolher um número suficientemente grande de assinaturas. 

Correm múltiplos vídeos e infografias no Facebook com explicações sobre este processo, e exemplificando como funciona na Suíça, diz a revista L'Express.

De resto, neste sábado os Campos Elísios, palco dos protestos mais violentos de outros sábados, estiveram calmos. Apenas alguns manifestantes se concentraram junto ao Arco do Triunfo.

No entanto, junto às fronteiras com a Bélgica e com Espanha, houve vários bloqueios de estradas e auto-estradas por grupos de “coletes amarelos”.

Na noite de sexta para sábado, os protestos resultaram na morte de automobilista, que chocou contra um camião que bloqueava a entrada para a auto-estrada de Perpignan-Sul. A maior parte dos manifestantes fugiu após o acidente, diz a polícia. Sobe assim para dez o número de mortes relacionadas com o movimento – embora nenhuma se deva a confrontos, e sim a acidentes.

Sugerir correcção
Comentar