Crystal Palace puxa o tapete ao Manchester City

Campeão inglês perde em casa e vê o Liverpool afastar-se na liderança da Premier League.

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LUSA/PETER POWELL

Andros Townsend tem 36 golos marcados numa carreira feita maioritariamente à base de empréstimos, mas o que apontou neste sábado, no Etihad Stadium, entra directamente para a galeria dos melhores. Aos 35', o pontapé imparável do extremo inglês assinalou a reviravolta do Crystal Palace diante do Manchester City e contribuiu para um triunfo surpreendente (2-3), que deixa os "citizens" já a quatro pontos do líder da Premier League.

Pressionado pela vitória do Liverpool sobre o Wolverhampton, na véspera, o campeão inglês entrou melhor na partida, decidido a resolver cedo e a recuperar a consistência de vitórias que pautou o arranque de temporada dos "citizens" (e que a recente derrota diante do Chelsea veio estragar). Por isso, quando Ilkay Gundogan inaugurou o marcador aos 27' (num golpe de cabeça após cruzamento de Leroy Sané), a surpresa não foi grande.

O choque para o Manchester City veio depois. Pouco depois. Aos 33', um contra-ataque conduzido por Zaha pela direita foi finalizado, do lado contrário, por Jefrrey Schlupp, com um pontapé cruzado que Ederson não conseguiu travar (33'). E dois minutos mais tarde chegou o momento do jogo: livre indirecto a favor do Palace, bola bombeada para a área e alívio para fora. No lugar certo à hora certa, Townsend, sem deixar cair a bola, atirou de primeira para um golo monumental.

Estava invertido o resultado e o City ia ter de arriscar. Pep Guardiola deu o mote no arranque da segunda parte, ao prescindir de Otamendi para lançar Aguero - argentino por argentino, central por avançado. Mas nem sequer teve tempo de avaliar os efeitos da substituição, já que o Crystal Palace voltou a surpreender. Primeiro com uma bola no poste, graças a um cabeceamento de Townsend, e, na sequência da mesma jogada, com um penálti. Luka Milivojevic, internacional sérvio, fez o 1-3 da marca dos 11 metros (51').

Guardiola reagiu prontamente, alargando a frente de ataque com De Bruyne e Riyad Mahrez, mas seria numa bola parada que o City criaria perigo, quando Sané acertou no poste aos 77', na cobrança de um livre directo. Nessa altura, o jogo disputava-se apenas nas imediações (e dentro) da área do Crystal Palace, até que o internacional belga, a cinco minutos do fim, transformou um cruzamento num golo improvável, relançando a discussão do resultado.

Roy Hodgson, veterano técnico do Palace, avançou então para a primeira substituição (Ayew por Zaha), já com o cronómetro em contagem decrescente e com a equipa, remetida ao meio-campo defensivo, já disposta numa espécie de 6x4. Se a ideia era tirar partido de uma eventual transição ofensiva, ela não chegou a dar frutos, mas os londrinos (agora 14.ºs da tabela) resistiram até ao fim e confirmaram a surpresa da jornada, numa cidade na qual se têm dado bem nesta época. Ou não tivessem já empatado (0-0) em Old Trafford. 

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