Costa recusa comentar "coletes amarelos", mas diz que "não há motivos para alarme social"

António Costa não quis comentar a pouca adesão ao movimento marcado para esta sexta-feira, diz apenas que é preciso olhar para aumento de protestos com "normalidade e sem alarmismos".

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LUSA/RODRIGO ANTUNES

António Costa não alterou a agenda pública que tinha esta sexta-feira de manhã, apesar dos protestos marcados para locais por onde iria passar. O primeiro-ministro foi até à Amora, no Seixal, para o realojamento de pessoas no bairro dos Chícharos e foi lá que defendeu que "não há motivos para alarme social" quando questionado sobre o maior número de protestos e manifestações marcadas.

Numa curta conversa com os jornalistas, António Costa não quis tecer comentários sobre a manifestação desta sexta-feira dos "coletes amarelos" portugueses, que teve fraca adesão, causando apenas algumas perturbações no trânsito em algumas cidades. "Não comento adesões se não muitas se são poucas. O que compete ao Governo é assegurar a liberdade de manifestação e respeito pela legalidade democrática", disse.

Questionado sobre o aumento do número de manifestações no país e sobre se considerava haver motivo para alarme social, António Costa lembra que o que ouviu o Presidente da República dizer nos cumprimentos de Natal de quinta-feira foi "sublinhar que não há nenhuma razão em Portugal para alarme social". 

A mesma ideia seria repetida mais tarde. Para o primeiro-ministro, é preciso encarar esta agitação social "com normalidade e sem alarmismos". "No início desta legislatura vi muita gente a reclamar por haver menos greves, menos protestos, e agora parece que, pelo contrário, por haver um excesso. A democracia vive-se com esta normalidade. A democracia não é só os momentos em que estamos sempre contentes; há momentos de tensão, de protesto", referiu.

O bairro dos Chícharos, também conhecido como o bairro da Jamaica, onde a Câmara do Seixal vai promover o realojamento de dezenas de pessoas, foi o exemplo escolhido pelo primeiro-ministro neste dia para dizer que "é indiscutível" que o país está "melhor", mas é necessário "melhorar" — e esse sentimento de esforço "é geral".

"Se há razões para todos estarmos satisfeitos? Não. Há sempre problemas", mas "não há problema que sempre dure. É possível encontrar soluções para os problemas", disse, referindo-se à solução encontrada para aquele bairro degradado da margem sul.

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