Regresso ao futuro

Afinal há coisas muito mais rápidas do que a Internet que nascem de conversas agradáveis entre seres humanos.

Perco uma hora a cirandar pela Internet à procura de bacalhau Lugrade com 20 meses de cura, recomendado pelo meu amigo e guru Edgardo Pacheco. Nada.

Volto ao século XX e telefono para a Lugrade. Atende logo uma pessoa simpatiquíssima que me diz que se não houver na Manteigaria Silva que volte a ligar.

Telefono para a bonita loja ancestral na Baixa. Sou logo atendido. Sim, têm. Não fossem eles a Bacalhoaria Silva que depois mudou para Manteigaria quando a manteiga era uma preciosidade que vinha dos Açores em grandes blocos.

Pode pesar-me um bacalhau? Claro. São 3 quilos e tal. Quanto é que é? São estes euros. Pode-me mandar os dados para eu fazer a transferência? Não é preciso. A pessoa que vai aí a casa entregar dá-lhe a factura e o senhor depois paga.

E quanto é que são os portes? Os portes são por nossa conta. A Manteigaria Silva tem a boa educação - e a confiança nos clientes - que lhe vêm dos seus 128 anos de idade.

Levou tudo três minutos, incluindo uma master class em como demolhar e cozer um lombo gordo de bacalhau. Afinal há coisas muito mais rápidas do que a Internet que nascem de conversas agradáveis entre seres humanos.

Quando dei o meu nome quis saber o nome do meu tão sábio interlocutor: era o famoso José Branco, o mais novo da família que é dona da Manteigaria.

Não era cliente, passei a ser. Tudo com um simples telefonema para o 213 424 905. Quando chegar o bacalhau e eu puder prová-lo depois direi se fui precipitado neste louvor. Ficaria espantadíssimo se não for muito, muito bom.

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